O tempo em que as máscaras caem
Os brasileiros podem ser dividos em dois grupos: os que gostam e os que odeiam carnaval. Sim, carnaval não é escrito com letra maiúscula como as outras datas comemorativas porque é uma festa pagã. Palavras de Domingos Paschoal Cegala. Reclame com ele.
Bom, voltando ao assunto. Do primeiro grupo - daqueles que amam a folia - fica uma impressão de pessoas alegres, energéticas, vitaminadas, extrovertidas, sem compromisso com a tristeza, é festa e só alegria. Que bom, aplausos! Pulam no meio de centenas de milhares de foliões que vão atrás de um trio elétrico, trombando um no outro, bebendo até cair, cantando uns hinos do tipo aê, aê, aê, ê, ê, ê, ê, ô ô ô ô ô... bacana, né. Este ano aliás, é rebolation! Ah, e tem o vou te comer, vou te comer - a dança do lobo mau e da Chapeuzinho. Mais in não existe em lugar nenhum do planeta. Algumas pessoas desse grupo conseguem até um amor de carnaval que pensam poder durar por toda a vida. Sou da seguinte opinião - cada um no seu quadrado. Eu por exemplo, não tenho como ser mais out.
Do segundo grupo - daquelas que sentem repulsa pela festa - fica uma impressão de pessoas apáticas, confusas, filosóficas, tristes, desanimadas, chatas como bêbados em fim de carnaval. Eu sou deste grupo. E não tenho nenhum recalque de não gostar de sair pulando feito pipoca no meio de gente suada, bêbada e geralmente atrevida com suas mãozinhas bobas. Sou careta. Mas nem tão avessa assim, gosto de ao menos assitir à reprise do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, porque as de São Paulo nem perco meu tempo. Aliás, tempo em que me entrego à preguiça, a falta de compromisso comigo mesma. Se me der vontade durmo o dia todo. Sem culpa de não ser uma digna foliã.
Tem também o grupo das pessoas que só podem viajar no carnaval, onde o feriado é bastante prolongado dando oportunidade de um descanso para quem não tira férias no verão. Aí são aquelas cenas dantescas de engarrafamentos gigantes (que ânimo, não) para se chegar, principalmente o pessoal daqui de Minas, ao litoral de algum estado como Rio, Espírito Santo e Bahia, os preferidos dos mineiros. Pegam uma praia lotada, não tem lugar para armar a barraca (literalmente falando), os restaurantes servem aqueeeeeeeeela comida, intoxicações por água contaminada, churrasquinho de gato à beira mar. Uma cena prosaica, carnavalesca. Sem contar as manchetes das tragédias nas estradas, a estatística da violência no trânsito, vidas ceifadas pela imprudência de se achar que carnaval só se vive uma vez na vida. Gente, tem todo ano. E é sempre a mesma coisa. Nem ligo a tv para evitar os noticiários, é triste saber o número de mortos nas rodovias deste nosso imenso país.
Adoro o lugar-comum: "O Brasil só funciona depois do carnaval." Sim, é verdade. Como também é verdade que muitos mal saem de suas fantasias (reais ou fictícias) e se embrenham na construção da festa carnavalesca do próximo ano. Ao menos me resta o consolo. O de saber que no carnaval as pessoas não usam máscaras. Isso é uma dialética, uma controvérsia que merece uma dissertação com base na antropologia. As máscaras em geral são usadas durante o resto do ano. Até que venha o outro verão...
Me deixa ficar por aqui com minha filosofia barata. Só pra dizer: eu não gosto de carnaval.
A inteligência de um ser humano pode ser vista de várias formas,
ResponderExcluirexiste a inteligência no ver ou olhar, a inteligência no falar, no sentir, no ouvir, e existe uma inteligência diferênciada que é a aquela onde a pessoa externa sua capacidade, uma capacidade que muitas vezes faz o outro se sentir mais feliz ou mais capaz, essa é uma inteligência caracteristica sua, minha rainha, minha amada...
é a inteligência no escrever, no externar, no colocar para o mundo algo que te identifica e cria uma identificação do outro com o meio onde vive.
Parabéns, você é diferênciada, é inteligente e linda.
Humberto.