sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Cheias de Charme - The End

Meu amor era verdadeiro, o teu era pirata. 
O meu amor era ouro e o teu não passava de um pedaço de lata...




Durante muito tempo eu vou sentir saudade desta novela! Contrariando todas as especulações de que os atuais folhetins devem se render e agradar somente à nova classe média emergente, Cheias de Charme conquistou um público eclético e fez com que alguns internautas dessem uma pausa no horário não tão nobre da televisão brasileira para acompanhar as peripécias destas adoráveis Marias. Minha rotina acontecia antes de depois da novela. Sério mesmo. A abertura era um show à parte, muito bonitinha, bem feita e contava a história do apogeu das empreguetes. Gostei muito também da música entoada pela então desconhecida Gaby Amarantos. Uma voz marcante com uma canção chiclete, daquelas que grudam na cabeça da gente, e fiel à proposta do tema - o tecnobrega. Mas o que são rótulos diante do sucesso retumbante de Cheias de Charme? Uma grande bobagem. Sim, essa divertida trama valeu muito mais que 1,99.

A Curica Amadinha




Pense numa mulher arretada... É Chayene! Não teve pra ninguém! Cláudia Abreu deu um show à parte com seu visual Joelma Calypso e com aquela prosódia nordestina de fazer inveja à Susana Vieira em Senhora do Destino. Uma vilã-heroína ou heroína-vilã, como queiram, dona de uma beleza extravagante naquela silhueta tão mignonzinha! Ficou grande, encheu a tela e criou bordões hilários. "Curica, jumenta, personal-qualquer-coisa, Rosalba, Rochele,  Roxana, Roxete, Rosilda, Rosélia, S.O.S., paneleira, frango, urubu, pirarucu seco, trairanha, brabuleta,  Fabianilson, chumbreguetes, Inveja Sangalo, Casa Fúcsia, lascou-se, vai ser délice" e tantos outros que eu deveria ter anotado. Procurei por algumas frases no google, mas não encontrei aquelas que mais me fizeram rir. Sem dúvida, a rainha do eletroforró vai deixar saudade. Um personagem leve, divertido, criativo, inovador! Chayene roubou a cena e foi disparada a mais amadinha das meninas cheias de charme! E, por suas próprias palavras: "Um beijo de Chay".

A Curica Cajuzinho




Era assim que Chay se referia a Maria da Penha. Um apelido doce para a minha empreguete favorita, "linda de bonita", com os seus engraçados "morta com farofa e é o cão chupando fósforo...". Linda, linda, linda estava Taís Araújo com a sua batalhadora Penha. Dona de uma beleza ímpar e de um carisma à parte, foi a melhor integrante do trio das curicas. Madura, segura de suas falas, os trejeitos cariocas, aquele sotaque em que nada concorda com coisa alguma "Tu sabe, né Ivone".  Ah, mas o que importa o erro de concordância perto da atuação perfeita de Taís? Um quase nada. Penha é daquelas mulheres que sabem o significado de uma verdadeira amizade, embora, às vezes por vias tortas, magoava Lígia. Tentando protegê-la, acabava por deixá-la zangada.  Penha aparecia bonita de cara limpa ou maquiada, produzida ou basiquinha, de qualquer jeito ela arrasava! Mesmo tendo sido arrastada a novela toda com aquele mala do Sandro, conseguiu conquistar Otto Werneck, a sétima fortuna do país, como dizia dona Má (Máslova). E ainda caiu nas graças do bonitão interpretado por Marcos Pasquim, que está um coroaço! Essa é a Penha... Vai deixar saudade!

A Curica Dolly



Maria Aparecida - a Cida -, pra mim vai ser sempre uma evolução da espevitada boneca Emília! Como Cida é doce, quanta meiguice, ela é um perigo aos diabéticos de plantão! Tem excesso de sacarose! Isabelle Drummond foi banhada no mel ao nascer, só pode. Tudo nela é delicado, a voz, o rosto, o cabelo, a interpretação. Cida so sweet! Lindíssima! Fico observando o tamanho dos seus olhos, parecem mesmo olhos de boneca. Sua história a la Cinderela caiu como uma luva em uma personagem que agregou ao trio das empreguetes o carisma e a juventude necessárias para uma fórmula de sucesso. A garota órfã, explorada pelos inescrupulosos patrões e esnobadas pela nojenta e pela entojada patroetinhas, vítima do 'amor' interesseiro do mauricinho e chatinho Conrado deu a volta por cima e foi arrebatada por Elano, o mocinho da história. E por falar em Elano, vale lembrar que a comunidade do Borralho é uma clara referência à história de Cinderela - a Gata Borralheira.  Ainda veremos muitas vezes a Dolly Cida em outros folhetins, ela está apenas começando a sua promissora carreira...

A Curica Paneleira




Rosário foi a empreguete chata. Chatinha, aborrecidinha, mimadinha, toda inha, não conquistou a minha simpatia. Ao contrário de Cida, a delicadeza na voz de Maria do Rosário era forçada, ela não conseguia ser natural em suas interpretações. E foi a que mais teve destaque, na minha opinião, posso até estar enganada. Ficou às voltas com um romance entre Inácio e o seu clone-cantor Fabian, nunca se decidia, uma lenga-lenga de desanimar! Ricardo Tozzi é um ator razoável, acho até que um dia ainda vai brilhar, mas seus duplos personagens foram bobos. Se a intenção era fazer dele o protagonista da novela, não conseguiram. Prefiro o engraçadíssimo Bruno Mazzeo com o seu cara de pau Tom Bastos. Cheias de Charme careceu de um protagonista. Acredito que deva ter sido de propósito, pois foi uma novela para quatro mulheres protagonizarem. Leandra Leal é uma atriz de talento e já demonstrou isso em obras anteriores, porém, achei Rosário agonizante, uma paneleira que se achava cantora, mas que ficaria muito bem como dona do Buffet do seu pai. Enfim, Rosário mereceu todos os apelidos dados por Chayene: Rochele, Roxana, Rosalba! Curica paneleira! 

Lady Praga



O nome Lady Praga caiu como uma luva em Socorro, ou S.O.S., como diria Chay. E ela quase me fez desistir de assistir à novela. Que personagem chaaaaaaaaaata! Titina Medeiros fez o que era pra ser feito: servir de escada para seu ídolo pop, Chayene. Mas como eram difíceis de assistir às cenas de Socorro! Mesmo como os engraçados "personal colega, personal irmã, personal capacho,", etc. Enfim, Maria do Socorro era necessária para Chayene se desenvolver, mas não vai deixar saudade!

E assim termina a saga destas adoráveis curicas que por alguns meses nos divertiu e tornou mais aprazível "perdermos tempo" por algumas noites diante da telinha! Resta-me agora rever Guerra dos Sexos, uma novela que adorei assistir, se bem que... Luana Argh! Piovani está no elenco. Nem tudo pode ser perfeito!

4 comentários:

  1. Se Penha perdoou Sandro pq Oto não deu outra chance ao seu filho? Conrado tb se esforçou.

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  2. nada haver gilson voltar pra ficar com ligya. por que todo mundo tem q formar casal no fim da novela? ridiculo a madrinha da cida acabar com aquele ricaço e sempre ter um casal gay adotando criança.

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  3. as empreguetes serão sempre lembradas. e até que enfim, no final de uma novela, se vê justiça. a exploração do trabalho infantil foi vista, reconhecida e paga!!!!

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  4. Chris, eu amei a novela. Como você mesma disse vai deixar saudades. Eu morria de rir. Adorei o seu post. Bjo

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