sábado, 29 de maio de 2010

Ai, que saudade que dá






Minha alma canta
Veja o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades
Rio, seu mar
Praia sem fim
Rio, você foi feito pra mim

Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você

(Tom Jobim)


quarta-feira, 19 de maio de 2010

Construtivismo

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SALTO NO ESCURO

Seis de cada dez crianças brasileiras estudam segundo os dogmas do construtivismo, um sistema adotado por países com os piores indicadores de ensino do mundo.

Na revista Veja do dia 12 de maio de 2010, uma matéria importantíssima sobre os rumos da Educação vem nos alertar sobre os métodos de ensino e seus possíveis danos à formação dos atuais e futuros estudantes brasileiros.

Resumindo, a reportagem trata de um assunto espinhoso no nosso meio acadêmico e pedagógico: a adoção do Construtivismo, teoria de Jean Piaget, lançada nos anos 20 do século passado e que se trasnformou na cartilha de sucesso de alguns países de primeiro mundo. Mas foi só um entusiasmo. Esses países, como Inglaterra, França e Estados Unidos abandonaram de vez o construtivismo em algumas de suas etapas, tais como a alfabetização e o ensino da matemática. Mas o Brasil tem o péssimo hábito de copiar aquilo que não deu certo no primeiro mundo e nos enfiar goela abaixo.

Segundo a revista, o construtivismo não é um método, "é uma teoria sobre o aprendizado infantil" (p.118). Para o suíço criador da filosofia de ensino, o aluno é capaz de construir seus conhecimentos por um processo ligado às suas experiências do mundo real. O autor da reportagem metaforizou a teoria da seguinte forma:


Como não faz frio suficiente na Amazônia para congelar os rios, um aluno daquela região pode jamais aprender os mecanismos físicos que produzem esse estado da água apenas por ele não fazer parte de sua realidade. Isso está mais longe de Piaget do que Madonna da castidade.


Pesquisas realizadas e consolidadas pelo departamento americano revelam que as crianças submetidas à teoria construtivista na fase de alfabetização têm se saído pior do que os que são ensinados pelo sistema tradicional. Relembrando: "os construtivistas suprimem os fonemas e já mostram ao aluno a palavra pronta sempre associada a uma imagem [...] imaginando que ao ser exposto repetidamente àquela grafia que se refere a um objeto conhecido, o aluno acabe por assimilá-lo, como que por osmose."
A diferença é que na pedagogia tradicional há uma ênfase na lógica formal e a assimilação de conceitos para entender a realidade, ao contrário do construtivismo que foca a experiência no mundo real para derivar os conceitos.

Para agravar a situação, no Brasil os professores são mal formados e mal remunerados, muitas vezes não têm um norte, um currículo a seguir e vai ensinando o que acha ser certo. Não existe controle sobre isso nas escolas públicas. Isso eu falo por experiência própria. Não há diretriz curricular, projeto político-pedagógico. Mas há uma intensa cobrança por parte da prefeitura. São provas que analisam o desempenho dos alunos sem no entanto os professores terem recebido orientações sobre as disciplinas a serem ministradas. Não sabemos se somos tradicionais ou pseudo-construtivistas. Se formos levar em consideração a realidade dos nossos alunos, nunca que eles poderão sair do lugar, pois suas vivências são limitadas. O que vamos construir com eles? Campos de futebol? Galpão com passarela? Porque os meninos só pensam em ganhar a vida jogando bola e as meninas sendo modelo. Poderão eles um dia ouvir Chopin numa aula de artes ou teremos que tocar o Bonde do Tigrão, Axé, Pagode e afins?

Eu não utilizo dessa ideologia oportunista para excluir meus alunos daquilo que é bom e que é certo. Eles ouvem os clássicos da MPB, cantam, fazemos projetos sobre música. Sabem quem foi Tom Jobim, Milton Nascimento, Chico Buarque só para citar alguns exemplos. Entoam em coro Águas de Março e acham o máximo! Isso não é ser tradicional nem construtivista. É ser pedagogicamente correta. Infelizmente não há incentivo para que outros professores invistam neste tipo de projeto. Enquanto isso os índices de desempenho escolar do nosso estado vem caindo vertiginosamente na educação primária e fundamental das redes públicas de ensino. Como escreveu o repórter:

O conhecimento que nos trouxe até aqui é cumulativo, meritocrático, metódico, organizado em currículos que fornecem um mapa e um plano de voo para o jovem aprendiz. Jogar a responsabilidade de como aprender sobre os ombros do aprendiz não é estúpido. É cruel.

Depois disso, dizer mais o quê?


Reportagem de Marcelo Bortoloti 

sábado, 15 de maio de 2010

Viver Enrolando a Vida





Ponto final para o folhetim de Manoel Carlos. Uma novela que tinha tudo para transgredir os velhos clichês, tendo como protagonista uma Helena negra (não gosto deste tipo de referência, negra, branca, mas a imprensa assim se refere), jovem e em plena ascenção como atriz. Taís Araújo, no entanto, foi ofuscada pelo desempenho da igualmente linda Alinne Moraes, que no início dava ares de ser a chata da novela de tão mimada. Após o acidente, que seria no meu entendimento a reviravolta da trama, Luciana disse a que veio surpeendendo até os mais iracíveis críticos e recebendo muitos prêmios por sua atuação. Mas faltou um "quê" de novela mexicana, como foi Páginas da Vida, com um enrendo bem mais desenvolvido, afetado e lacrimejante. Viver a Vida serviu para abrir os olhos do grande público que ainda não se acostumou a enxergar os portadores de necesidades especiais como pessoas comuns, embora precisem de tratamento especializado, o que é bastante diferente. Como trabalho em uma escola com vários alunos de inclusão, para mim não acrescentou nada em termos de superação. Os alunos da minha escola não são milionários, não têm fisioterapeuta e nutricionista particulares nem marido, pai ou namorado médico como Luciana, mas seus pais são lutadores, sofrem e vibram com o progresso de seus filhos. São atores anônimos do nosso cotidiano não fictício. De modo geral, o balanço que faço desta insossa trama das 21 horas é de ter nos mostrado personagens engraçados como o Maradona, que além de ser argentino tem o nome do nosso anti-ídolo futebolístico. Um personagem despretensioso que tomou contornos mais relevantes ao se mostrar mais que humano, mas uma humanidade que convence quem está na frente da telinha. Seu carinho pela filha da amada Dora "Antonelli", que de vilã não mostrou nada e brilhou muito com sua beleza exuberante, me emocionou verdadeiramente. Adorei o final destinado à paternidade do bebê de Dora. Isso valeu pelo último capítulo. Também entendi o sofrimento e teimosia de Ingrid, com Natália do Vale sempre bonita, fazendo uma papel de mãe protetora. Eu entendia as falas dela de preocupação com seus filhos, com as mulheres que escolhiam para seguirem seus destinos. Mandou muito bem, Natália! E por fim, elogiar a talentosa Lília Cabral, a iniciante Adriana Birolli e suas ótimas tiradas, Mateus Solano convencendo com seus gêmeos tão singulares e reconhecíveis pelo sorriso - Miguel- ou olhar taciturno- Jorge. Sandrinha que apesar de ter tido um ótimo começo na novela, foi sendo apagadinha até quase que desaparecer por completo da trama. Para José Mayer uma vaia fenomenal, muda-se o título da novela e ele faz o mesmo personagem. Não aguento mais vê-lo como o galã enganador de mulheres. Vaias também para a chatíssima Bárbara Paz e o figurante Rodrigo Hilbert que como ator é ótimo modelo, e Thiago Lacerda, o antipático de todas as novelas, apesar de lindo. Eu  fiquei com a sensação de que quando a novela estava começando a de desenrolar (novela vem de novelo) a história já estava no fim. Assim. Passou. Nem vai deixar saudade. Que pena. Quem sabe no Vale a pena ver de novo não reprisem novamente (redundância pouca, né) Por Amor, Laços de Família e Páginas da Vida, porque esta... Foi chata como simplesmente viver a vida.

Christiane

domingo, 9 de maio de 2010

A Bela de Minas

Eu já dediquei um post há tempos atrás sobre o concurso miss Brasil. Confesso que assisto, me dá um gostinho de infância, quando a premiação tinha glamour. Atualmente parece estar fora de moda, já que existem muitos concursos e muitas mulheres que se dizem modelo. Enfim, para encurtar a história: mais uma vez Minas Gerais levou o título de mulher mais bonita do Brasil. Desta vez foi com Débora Lyra (dizem que é capixaba de nascimento). Ano passado Minas ficou injustamente em segundo lugar, perdendo para a potiguar Larissa Costa, que ficou fora das 15 mais bonitas do mundo. Vale lembrar que em 2007 Nathalia Guimarães, de MG, ficou em segundo lugar naquele concurso. Pois é, quem sabe e mineira volta a fazer bonito desta vez?
Estas mulheres mineiras não são fracas não, hein!
Eita povo bonito, uai!

sábado, 8 de maio de 2010

Todo Dia é Dia de Mãe


Nem mesmo o céu
Nem as estrelas
Nem mesmo o mar
E o infinito
Não é maior
Que o meu amor
Nem mais bonito!

Ontem, hoje, amanhã e sempre
Quero agradecer pela mãe que eu tenho.
Obrigada, Deus! O Senhor é Maravilhoso!

Parabéns a todas as mães que visitam o blog É UÓ!

Christiane

Mãe de Todos


Cubra-nos com seu manto de amor
Traga-nos a paz deste olhar
Cura nossas feridas e dor nos faz suportar
Se ficaram marcas em nós
Mãe, tire-as de nosso coração
E aqueles a quem fizemos sofrer
Peçamos perdão

Mãe Divina, dai-nos a mão
Cuida do nosso coração
Das nossas vidas
Dos nossos destinos
Cuida, Mãe, de todos nós
Seus filhos e irmãos

(Nossa Senhora - Roberto Carlos / adaptada)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

"Blue" da Piedade


Tudo azul
Tudo bem meu bem
Tudo "tem" força e direção

Nós somos muitos
Não somos fracos
"E nem sozinhos" nessa multidão

Nós somos só um coração
"Lutando" pelo sonho
De "vencer"

(Lulu, me permita esta licença poética para o meu momento blue)


Cruzeiro, Cruzeiro querido! Você pode até perder agora na Libertadores que para mim você já é campeão! No mesmo dia o time azul-celeste fez 3 gols contra os uruguaios enquanto o galo perdia para o são Santos na Vila Belmiro! Só lamento e endoço o coro, que ouvi após o jogo, dos torcedores aqui da rua onde moro:

Vou festejar, vou festejar
O seu sofrer, o seu penar
Você pagou com traição
A quem sempre lhe deu a mão...

Pois é, torcedores alvi-negros. Ganhar do Ipatinga é mole. Quero ver ganhar a Copa do Brasil, o Campeonato Brasileiro e a Libertadores da América. Depois, ser campeão do mundo! Aí sim, é time!
Saudações...

domingo, 2 de maio de 2010

Ninguém Merece


Queria encontrar em algum tratado de psicologia moderna um teorema que me explicasse a senilidade dos torcedores de futebol. Hoje, final do campeonato mineiro (também conhecido por campeonato rural), o Clube Atlético Mineiro foi campeão sobre um time do interior, o Ipatinga. Salve, salve! Mérito dos campeões, parabéns aos torcedores.
Mas já faz umas duas horas que o juiz deu o apito final consagrando o time do Galo campeão mineiro 2010.  E até agora ouço em alto e bom som buzinaços infindáveis, hinos do clube em decibéis de deixar qualquer cristão com o tímpano perfurado.

Muitos vão dizer "Ah, mas você é cruzeirense..." Sim, sou. Mas sou uma torcedora saudável e não um doente, como costumam ser a maioria destes loucos-sem-noção que determinam quem e por quanto tempo devemos ter nossos ouvidos perfurados por buzinas agudíssimas, gritos de guerra que parecem gritos de filme de terror, carros de som tunados ao toque de Clube Atlético Mineiro Galo forte vingador!

Sim. São vingadores. Vingam-se dos seus adversários, os cruzeirenses que não chegaram à final tão previsível anualmente no nosso campeonato rural de futebol.  Vingam-se e fazem-nos engolir seus barulhos ensurdecedores numa alusão nítida e sintomática que se tratam de pessoas com uma doença incurável - o anti-torcedor, aquele que vibra mais com a derrota do outro do que pela vitória do seu time.

Sugiro aos "campeões" que gravem o hino do galo em seus MP10 e ouçam solitários sua música-tema, pelo fone de ouvido. Sugiro também que enfiem suas buzinas em um lugar que só vocês possam senti-las vibrando dentro do seus corações emocionados e doentios.

Enquanto essa ideia não pega, ainda estou a ouvir todos os infernais barulhos dos campeões. Como diz o ditado, "quem nunca comeu melado, quando come se lambuza." Enquanto isso vou aguardando meu time azul-celeste avançar no campeonato Libertadores da América, algo assim, "a nível de" continente. Até lá, vou suportando, eu e todos os outros vizinhos que desejariam dormir um pouco mais cedo neste domingo, mas que já sabem ser isso uma utopia. Só por volta das 3 da madrugada, com sorte, teremos enfim uma noite de gente normal.


Christiane