Assisti a um vídeo no qual a autora do livro "A Mulher Invisível", Nicole Johnson, falava de sua obra. Fiquei comovida com suas palavras. São palavras não só de uma mulher. São também de uma mãe, de uma esposa, de alguém que crê em Deus. E, em muitas passagens, me identifiquei com ela. Acho que poucas não se identificariam. Deixo transcrito abaixo trechos do seu discurso. O vídeo pode ser visto clicando aqui. Mas, se assim como eu, você deseja ler e reler infinitamente, refletir e agradecer, acompanhe:
Tudo foi acontecendo aos poucos. Eu falava e ninguém ouvia. Eu falava “Desliguem a TV, por favor” – e nada! Então eu gritava “Desliguem a TV”! E depois de repetir várias vezes, eu mesma tinha que desligá-la. Eu percebi isso em outras situações. Meu marido e eu estávamos em uma festa há horas. Eu já estava pronta para ir embora. Eu fui saindo. Ele estava conversando com um amigo e continuou conversando. Ele nem se virou. Foi então que eu percebi: ele não consegue me ver. Eu sou invisível! Eu sou invisível! Eu fui notando cada vez mais. Eu levava meu filho para a escola e professora perguntava “Jake, quem é essa com você?” E ele dizia “Ninguém!” Ele só tem cinco anos e eu já sou ‘ninguém’!
Numa noite dessas, nosso círculo de amizades se reuniu celebrando a volta de uma amiga da Inglaterra. Janice contava tudo sobre a viagem e eu olhava as outras mulheres na mesa. Eu tinha me maquiado no carro, usava um vestido qualquer e meu cabelo sujo estava com um prendedor velho. Estava me sentindo ridícula. Janice veio até mim e disse “Eu te trouxe isto”. Era um livro sobre as grandes catedrais da Europa. Eu não entendi até ler a dedicatória – Com admiração pela grandeza do que você está construindo quando ninguém vê. Devorei o livro!
Não se sabe os nomes de quem construiu as grandes catedrais. Você procura, mas só acha construtor desconhecido... desconhecido. Eles completaram obras sem saber se jamais seriam reconhecidos. Há uma história sobre um dos construtores que estava esculpindo um passarinho, que seria coberto por um telhado. Alguém lhe disse “Por que gastar tanto tempo fazendo algo que ninguém vê?” E aqui diz que ele respondeu “Porque Deus vê”. Eles acreditavam que Deus vê tudo. Deram sua vida por obras que nunca viram concluídas. Algumas catedrais levaram mais de cem anos para ficarem prontas. Isso é muito mais que a vida útil de um trabalhador. Sacrificaram-se dia após dia para não terem qualquer reconhecimento. Numa obra que não veriam concluídas.
Um dos escritores chega a dizer que nenhuma grande catedral será novamente erguida, porque há pouquíssimas pessoas dispostas a tanto sacrifício. Eu fechei o livro e era como se Deus me dissesse “Eu te vejo! Você não é invisível para mim! Nenhum sacrifício é tão pequeno que não veja. Eu sorrio a ver cada bolo, cada botão pregado, vejo cada lágrima de decepção quando as coisas vão mal. Mas, lembre-se: você está construindo uma catedral, ela não ficará pronta durante a sua vida. E, infelizmente, você nunca entrará nela. Mas, se você construí-la bem, eu entrarei.”
Às vezes, a invisibilidade me afligia, mas entendi que ela não é a doença que apaga a minha vida. Ela é a cura para a doença do egocentrismo. É o antídoto para o meu orgulho. Não importa se os outros não me veem. Não importa se meu filho não disser a um amigo que for lá em casa “Você não vai acreditar no que a minha mãe faz! Ela acorda às quatro da manhã, cozinha, passa roupa...” Ainda que eu faça tudo isso, eu quero que meu filho se sinta feliz ao voltar para casa e diga ao seu amiguinho “Você vai adorar ir lá em casa”. Não importa se os outros não me veem. Não trabalhamos para as pessoas. Trabalhamos para Deus. Nos sacrificamos por Ele. Os outros nunca prestarão atenção. Por melhor que trabalhemos, rezemos para que o nosso trabalho fique como um monumento para o nosso Deus!
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