domingo, 31 de janeiro de 2016

Mais um Janeiro . . .


Fim de Janeiro. Um mês que traz uma bagagem enorme de histórias. Viagens, passeios, preguiça, minissérie fantástica, BBB 16 (sim, dezesseis edições de um programa que a maioria dos brasileiros detesta, mas que desde 2002 fica três meses no ar, queiram ou não queiram... por quê? Porque dá muito lucro e porque há pessoas que consomem o 'produto') e escândalos na política - cada vez mais... Muitas, muitas histórias sem fim.

Estive passeando pelo litoral norte da Bahia, um lugar lindo e meio selvagem. A gente até se esquece que vive nessa correria de cidade grande. Talvez a suprema felicidade esteja em habitar lugares calmos, simples e, de preferência, à beira mar. 

De volta à realidade, o que tivemos em janeiro? Chuva, muita chuva aqui em Minas, boa pra lavar a sujeira, limpar a poeira, umedecer o ar. Tivemos o resultado do ENEM, que me mostrou ser capaz de competir com a garotada: tirei 900 pontos na redação, porém, burra feito uma porta em matemática, não obtive os pontos necessários para o curso que estava pleiteando. Outros eu não queria. Meu filho caçula passou em quarto lugar para Publicidade e Propaganda na UFMG. Não, ele não é cotista. E eu não sou contra as cotas. Muita alegria na família :) Continuamos a ter o espetacular programa de televisão chamado operação Lava-Jato, com suas delações premiadas, um único partido político no meio das investigações, uma oposição fraudulenta e nojenta, Lula voltando à cena. 

Sim, deixaram Dilma um pouco de lado. O foco é Lula. O medo do Lula voltar em 2018 é assustador e pra isso vamos de operação Triplo X, tríplex, sítio, iate... Vamos limar esse cara, vamos acabar com ele, com a sua reputação, com tudo o que ele fez pelos menos favorecidos do país. Enquanto isso, o lobo bobo Eduardo Cunha está aí, rindo da nossa cara porque tem a certeza de que nada vai lhe acontecer. Mesmo com o governo suíço ter entregue todas as provas de contas ilícitas do poderoso chefão. 

Eu vivo em um país no qual antes de Lula e Dilma não havia diferença social nem crise econômica. Um país onde todos podiam, igualmente, frequentar universidades públicas, no qual nenhum povo passava fome, todos tinham trabalho e por isso não precisavam de bolsa-família. A taxa de desemprego era de 0%. Um verdadeiro conto de fadas. Hoje eu vivo em um país no qual a filha da minha secretária estuda em escola particular e sua família vai de avião passar férias em Porto Seguro. Isso é uma afronta. Um país que fez as notas dos cotistas ultrapassarem as notas dos não-cotistas "brancos".  

Dia desses eu estava lendo no facebook o comentário de uma pessoa que é contrária às cotas. Aí eu vi a foto dela e de alguns parentes. Eu ri. Ri muito por dentro. Sabe, nós somos um povo miscigenado. Com exceção do sul brasileiro, onde a maioria dos habitantes são brancos, de Minas pra cima é tudo misturadinho. E essa comentarista estava furiosa com os negros americanos que irão boicotar o Oscar, por não haver representante disputando prêmios. A pergunta dela:"Agora tem que ter cotas também no Oscar?" Aí eu pensei: Falou a "branca caucasiana", de olhos azuis, provavelmente ascendente de alemães, rica, deve ter estudado a vida toda em escola particular e mora no mundo de Alice no País das Maravilhas.

Ai, ai, meu Deus do céu! Me dá paciência para lidar com tanta idiotice. Ah, não posso deixar de registrar o zum zum zum de alguns leitores esquerdistas-partidários: eles estão implicados porque a Lava-Jato não investiga os bens adquiridos por FHC. Eu nem sabia que ele tinha um apartamento em Paris. Pra mim isso era coisa de artista ladrão de carro, sem fama ou prestígio, sem obra polpuda e reconhecida. Esse tal de Chico é mesmo um azarão. Conseguiu comprar seu apezinho na Europa, tsc, tsc. Mas graças aos deuses, Chico não está só. FHC também tem um apezinho na capital da França.

É preciso rir da gente mesmo para dar conta do que vem por aí. Pela pequena mostra do que foi janeiro, imagina quando chegarmos em junho? Vamos querer dormir e acordar somente em 2019!

Bora pra frente que a vida não para! 

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