segunda-feira, 5 de julho de 2010

Até Quando?

"Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?"




Mércia Nakashima


Assassinada com requintes de crueldade, possivelmente no dia 23 de maio no interior de SP. Suspeito: o ex-namorado.
Glauciane Hara


Assassinada com mais de 20 facadas pelo ex-amante, em 4 de junho, na cidade de Torres, RS.



 Eliza Samudio
Até o momento está desaparecida. Denúncias dão conta de ter sido espancada até a morte. Ex-amante do goleiro flamenguista Bruno.








Em menos de um mês são três histórias de violência seguida de morte contra mulheres. Estas ainda apareceram na mídia, fora as outras que ninguém fica sabendo. Não é preciso julgar as atitudes das vítimas, já que seus atos, sejam eles quais forem, levaram-nas para um caminho sem volta. O preço que elas pagaram foi alto demais! Quanto aos algozes, resta aguardar se a Justiça vai fazer seu papel ou se a opinião pública irá transformá-las em culpadas e os assassinos em vítimas, como é de costume neste país.


Até quando você vai ficar usando rédea
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea
Pobre, rico ou classe média?
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura


(Gabriel O Pensador)

2 comentários:

  1. Olá Christiane.
    Terminei de ler o Livreiro de Cabul, depois de ler As mulheres de Cabul, os dois por encomenda de uma amiga e como complemto pra uma pesquisa. Me horroriza a maneira como a mulher é vista, tratada e estigmatizada por todos. Aqui ainda se matam mulheres por direito de posse e propriedade. Aqui ainda se justificam espancamentos por amor-posse, se é que isso existe. Quem mata uma mulher, quem agride uma mulher no Brasil, o faz por si mesmo, por seu ego, pela sua ignoprância, prepotência, inflada pela embriagues do áalcool ou de outra droga, mesmo social. Soluções eu não encontro, mas reparações imagino... a desgraça em praça pública, algo como deixar o sujeito exposto publicamente pra que todos os vejam e o efendam verbalmente. Eu considero a ofensa um bom remédio, mesmo simbólico, uma vez que a morte ou a mutilação são barbárie similar ao ato original. O sujeito deve ser enxovalhado, trabalha pra comer, preso até tornar-se incapaz de praticar sexo, até ter suas forças exauridas. Me acho cruel, porém sinto que devemos ser. Capar o sujeito é pouco, uma vez que ele estará em liberdade sem levar a marca pública e visível do que fez. Defendo a desmoralização pública, execração moral, sexual e identitária. Penso até que um estuprozinho, mas destes bem de leve, devagar e duradouro lhe farão tomar tendência. Morte, jamais, é uma mega-sena pros desgraçados. Mas o vexame público é muito mais... O talião simbólico seria interessante... se o homem pensa que é de sexo que as mulheres gostam, seja do jeito que for, que lhe seja dado este direito também, mas da maneira que os demais pensam que deve ser. E a seu terrível contragosto.
    Tenho conhecido cada vez mais, meninos e meninas mortas-vivas por abusos constantes, misto de sexo selvagem com violencia mental, subjetiva, moral e identitária. Coisa que sem cura, mas para a qual procuram-se lenitivos que serviram para o resto da vida. Pois este homens merecem o lenitivo da dor e da desgraça pública para o rsto da vida.

    Valter

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  2. Cara chris.

    Quando você escreveu o termo "requintes de crueldade" eu fiquei a pensar por que o termo tanto me incomoda. Aprendi desde criança que requintar é elevar ao máximo, se esmerar, conseguir a perfeição. Penso que é por isso que me incomoda tanto o termo. Para mim, um ato cruel é o máximo que pode chegar um ser conta outro. Hora, desferir 10 facadas em um sujeito vivo, amarrado, uma a cada dez minutos, dizendo a ele que vai matá-lo devagarinho e sofridamente é mais ou menos requintado do que amarrar alguém sobre uma chapa de aço e colocar fogo sob ela lentamente para assá-la viva? Qual é "maior" requinte?
    CURUZ!
    Valter

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