Agora é sábado de manhã e estava passando na Rede TV, há poucos minutos atrás, a reprise de uma manifestação de cristãos, evangélicos e católicos, contra o projeto de lei 122/06, que criminaliza o preconceito contra os homossexuais. No palanque, alguns senadores e deputados tomaram o microfone e propagaram suas ideias contrárias a esse projeto de lei. Mas o ponto alto do discurso foi quando o pastor Silas Malafaia, com a Constituição em mãos, bradava aos milhares de manifestantes os seus argumentos para derrubar o tal polêmico PL. Tendo como base o artigo 5º da Carta Magna, o líder religioso arrancou aplausos da plateia enlouquecida com sua oratória impecável. Tirando o excesso de gritaria, o pastor conseguia transmitir com demasiada clareza seu ponto de vista sobre a minoria (os homessexuais) querendo cercear o direito de expressão da maioria.
Eu fico pensando sobre os demais políticos que não fazem parte da ideologia cristã. Eles devem estar apertados, pois, já na campanha da eleição presidencial, ficou evidente o poder da bancada evangélica. Ela polemizou sobre a fala de Dilma Rousseff, que na época se declarou a favor do aborto. Por conta disso, quase perdeu a eleição. Agora, os líderes religiosos já conseguiram barrar a entrega do Kit Gay nas escolas públicas de ensino médio. Ou seja, não vai ser tão simples como se pensava, obter êxitos no âmbito da Justiça, acerca das mudanças sociais. Não sei para onde este país está rumando. Será que vamos ser uma nação divida por ideologias divergentes? Não seria possível uma convivência hormônica entre os cidadãos deste país, sem qua para isso fossem criadas leis específicas que segregam ao invés de unirem?
Enquanto o Estado continuar a intrometer-se na vida do seu povo, dando a eles o peixe no lugar da rede, estaremos diante de conflitos histriônicos. E será uma luta na qual o vencedor será aquele que obtiver o melhor discurso. É o poder da oratória sobre o poder da força. É aguardar para ver no que vai dar....
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