Tim Maia, o filme. Assisti e me emocionei à beça! A obra cinematográfica conta, de forma didática, o início e o fim da carreira deste monstro da música nacional brasileira! O didatismo propõe um entendimento de onde, como e quando Sebastião Rodrigues Maia, um carioca tijucano, teve seu apogeu e queda no cenário artístico nacional. Desde seu nascimento em uma família pobre, de pai branco e mãe negra, estudante de colégio de padres, vendedor de marmita - Tião Marmita, seu primeiro apelido - até a formação da primeira banda - The Sputniks, que contava com ninguém mais, ninguém menos que Roberto Carlos, um desconhecido naquela época.
Tim Maia não foi um artista qualquer - ele foi um grande gênio da Soul Music! Tim poderia ter tido uma história diferente não fosse o seu gênio indomável. Começou sua carreira junto com Roberto e Erasmo, eram amigos de adolescência. Mas sua indisciplina e inquietude fizeram-no tomar um rumo diferente dos parceiros da juventude. Tim não cabia dentro de si. Ele precisava explorar o mundo, provar de todas as dores, viver todos os perigos. Ele ia de zero a cem em um segundo. Ora engraçado ora sarcástico e até mesmo violento, o Síndico - como Jorge Benjor o eternizou - era, apesar de tudo, um homem muito sensível.
As letras de suas músicas estão aí para provar sua sensibilidade. Com toda aquela "caixa acústica" ambulante, Tim compôs suaves melodias: "Azul da cor do mar"; "Eu amo você"; "Primavera"; "Gostava tanto de você" e tantas outras que não escreveu, mas eternizou: "Me dê motivo" e "Um dia de domingo". E de grande sensibilidade foram também as interpretações dos dois atores escolhidos para representá-lo. Na primeira fase, Robson Numes e, na segunda, Babu Santana - perfeito, tal e qual Tim Maia. Assustador! Mérito destes dois para o sucesso que é o filme!
Assistir no cinema o que foi a vida e a obra do Tim Maia me revelou fatos dos quais eu não tinha conhecimento, como por exemplo, ele ter tido apenas um filho biológico - o Carmelo, meio-irmão de Leo Maia, adotado informalmente por Tim. Leo era filho de sua mulher Geisa (no filme, Janaína) e de um jogador de futebol. Não, o filme não dá esses detalhes. Eu li a biografia do Tim e fiquei sabendo também que ele, ainda muito jovem, teve um filho que somente veio a saber da existência depois do menino ficar adulto. O rapaz nascido em 1966, o mais velho então, veio a falecer no ano de 2002. Tim Maia não chegou a reconhecer legalmente o moço, mas conviveu com ele pacificamente.
Procurei saber a respeito da jovem que requereu a paternidade, através do exame de DNA, em 2011. Foi provado que a moça não é filha do saudoso e querido cantor. Entretanto, ela diz se sentir filha do Tim Maia. Isso o filme não abordou. Na verdade, o filme é bastante denso, ora engraçado, às vezes, emotivo. Como disse Nelson Motta, seu biógrafo, falar de Tim Maia não é chapa branca, é tarja preta. E quem um dia teve o privilégio de ver e ouvir esse fenômeno da nossa música, não perca a oportunidade de assistir a sua história no cinema. Você vai se emocionar. Vai esperar acabar os créditos só para cantar a música. Vai querer que tudo tivesse sido diferente e, quem sabe, talvez ele ainda fosse vivo... Tim Maia vive em suas canções inesquecíveis. Saudades...
Ouça a música "Você"
Sou feliz agora... Não, não vá embora
Vou morrer de saudade!
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