Hater é uma palavra da língua inglesa designada para explicar o comportamento de ódio nas redes sociais e na internet como um todo. Um hater é aquele indivíduo que sempre posta um comentário ofensivo, desrespeitoso, desnecessário, preconceituoso, carregado de rancor, ira, desconhecimento, antipatia e muita maldade.
Quem nunca ziguezagueou pelos sites da vida e não se deparou, nos debates, com palavras de ordem do tipo "Fora", "Eu Odeio", "Corja", e mais recentemente, pichado na calçada "Morra, Jô Soares".
Não acredito que os haters sejam apenas os indivíduos reacionários neo-pentecostais, neo-direitistas, homofóbicos, machistas dentre outras classificações; esses que têm matado em nome da intolerância religiosa, que apregoam a morte da presidente Dilma e de seus simpatizantes famosos (Jô Soares, Gregório Duvivier, Chico Buarque, etc.). Sei também, porque leio, que há do lado dos ditos esquerdistas muitas pessoas com ódio, bradando ódio, respirando e respingando ódio por onde passa.
Dito isso, quero deixar claro que não são siglas de partidos políticos ou nomes de lideranças religiosas os únicos a destilar veneno e poluir a atmosfera com a negatividade vinda de seus valores distorcidos. Pessoas comuns, escondidas por detrás de um monitor, de um nickname ou do nome real é que estão fazendo este estardalhaço por acreditarem que a única verdade é aquela em que elas acreditam. O outro está sempre errado.
Um certo sujeito, que foi secretário de segurança pública do Paraná, tem uma página no Facebook. Através dela, ele pulverizou tamanho ódio durante a campanha presidencial que chegou ao ponto de várias pessoas que conheço romperem a amizade por conta dos compartilhamentos acintosos. Esse mesmo sujeito coordenou o maior massacre contra professores da história deste país. Similares à sua página temos outras dezenas. Você sempre acaba lendo um post de uma comunidade hater.
O que aconteceu com o tal sujeito ex-secretário de segurança pública do Paraná? Foi exonerado. Caiu. Mas sua página está lá. Continua um hater. E a respeito dos professores? Pedra sobre o assunto. E a respeito da corrupção no futebol? Pedra sobre o assunto. E a respeito do helicóptero com 450 quilos de cocaína pelas "bandas" de Minas? Pedra sobre o assunto. E o aeroporto de Cláudio? E o mensalão tucano? E a falta de água no estado de São Paulo sob a tutela do PSDB? Pedra sobre o assunto. Seletivo este ódio, não?
A Dilma é a nova Geni. Jogam pedra na Geni. Jogam bosta na Geni. Ela é feita pra apanhar, ela é boa de cuspir. Maldita Geni! Então... Antiga e moderna a composição de Chico. Aliás, rico não pode gostar do PT. Só pobre. Se Chico apoia Lula e Dilma, Chico tem que ir pra Paris, porque ele tem um apartamento lá. Coube ao atual governo ser defenestrado não só pelos que se acham ricos, mas também por aqueles que recebem benefícios sociais. Dilma está com um alto índice de reprovação. E eu acredito nas pesquisas!
Sim, de cada dez pessoas que eu converso, onze querem que a cabeça dela role! Acredito que a presidente não vá terminar este mandato. Posso até apostar que não passa deste ano. Eu já falei disso aqui no blog durante a campanha. Era muito ódio. E o ódio só está aumentando. Vamos imolar a chefe da nação. Vamos defenestrá-la, açoitá-la, guilhotiná-la. Mas o segundo colocado não será o substituto. Aliás, há quem morra de amores-cego pelo senador mineiro. Ele nunca tem culpa. É isento. Um lorde!
Como diz um conhecido meu - um terrorista, é o que ele é! Bom, mas falar deste político magnânimo, impoluto, ficha branca, o arauto da mudança, é muito perigoso. Sabemos que não é blindado somente pela imprensa, mas também pelos seus fanáticos seguidores que inflam seus peitos e discorrem palavras maravilhosas sobre o sujeito. E uma vez eu ouvi de uma pessoa muito inteligente o seguinte: "Não discuto com Jesus e não discuto com advogados. Causa perdida."
Por isso eu tenho achado este nosso momento muito estranho. A atmosfera está pesada. Não há clima para comemorações. Parece que estamos à beira de uma tragédia anunciada. Evidente que muitas já ocorreram depois destas eleições - o massacre dos professores do Paraná; o assassinato de homossexuais; a depredação de templos católicos, de umbanda, do candomblé; o apedrejamento da garota que frequenta um terreiro... Sim, leitores. Estamos respirando ódio. Virou nosso oxigênio. O combustível que dá a vida.
Tornamo-nos intolerantes. Todos nós. Porque não conseguimos ouvir o que o outro tem a falar. Só atacamos. E nos envenenamos com os gases lacrimogêneos, com os porretes e cacetetes; estamos indo à falência dos órgãos, ficamos cegos. E com a dosagem diária de ódio temos ficado também atrofiados. Deixamos de estender a mão, paramos de nos abraçar. Somente os dedos continuam a funcionar em pleno vapor. Digitamos palavras envenenadas. Escrevemos ódio o tempo todo. Chegaremos ao colapso, em breve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário