terça-feira, 1 de junho de 2010

A Realidade das Escolas Brasileiras

Desconheço a autoria do texto abaixo. Quem souber, gentileza me avisar para que eu possa dar  os créditos justos ao "artista" que descreveu com maestria o atual sistema educacional brasileiro.
Christiane

Outro dia, folheando a revista VEJA num consultório, lí uma reportagem bastante interessante que mostrava com estatísticas, que as crianças de origem asiática, que vivem no Brasil, apresentam um desempenho escolar superior aos dos estudantes brasileiros. O texto explicava que, nas classes onde elas são maioria, o silêncio e a turma são uma constante . Ouve-se claramente a voz da professora explicando. Dizia também que essas crianças dedicam 9 horas diárias ao estudo (4 na escola e 5 em casa) enquanto as nossas apenas 4 (as da escola) . Quando chegam em casa essas crianças pegam seus cadernos, livros e estudam. Fazem os deveres de casa enquanto os brasileirinhos, em sua maioria, vagueiam pelas ruas empinando pipas e jogando bola. Com isso os asiáticos, no nosso país, estão conseguindo os melhores postos de trabalho (que são justamente aqueles que exigem maior qualificação e preparo) em empresas com ótima remuneração, assistência médico-hospitalar e condições de ascensão profissional.
Tudo isso me fez lembrar uma menina brasileira que veio do Japão visitar os parentes que ficaram aqui. A tia dela era coordenadora na escola onde lecionávamos. Certo dia, estávamos em nossa sala, tentando dar aula e explicar a matéria para os alunos que, como sempre, só conversavam e brincavam de costas para o lousa.... Enquanto isso, a tia vagava com a garota pelos corredores procurando uma classe mais calma, onde o sobrinha pudesse ficar resolvendo as questões que a tia preaparou para verificar o aproveitamento e a adaptação da menina na escola japonesa. Mas a menina ficou aterrorizada com a gritaria dos nossos alunos e preferiu resolver a avaliação na biblioteca, alegando que não conseguiria concentrar-se com a bagunça. Perguntamos, então, o que acontecia na escola dela com os alunos que só queriam brincar, não estudavam e não respeitavam o professor em sala.  Ela disse que eles eram PUNIDOS! Perguntamos então, qual era a tal ''punição '' . Sabe o que ela respondeu? Que não sabia porque na classe dela NUNCA havia visto um aluno conversar durante a explicação do professor ou mesmo desrespeitá-lo.'' Perceberam a diferença?"


Nossas escolas são superlotadas. Para esse "auditório", o professor tem que ensinar Matemática, Português, História, Geografia, Ciências além de cidadania + valores + educação sexual + higiene + ética + pluralidade cultural, etc. Deverá também funcionar como psicólogo, assistente social, orientador educacional e pedagógico, desempenhando também todos os deveres familiares que a sociedade resolve transferir para a escola. Nossos alunos dizem que as aulas são chatas e alegam que nao gostam de ler , que ler não é divertido, que empinar pipa e jogar bola é melhor. E todos logo gritam em coro: "É culpa dos professores, que não dão aula divertida e atraente para as crianças.


Aí, certos políticos surgem em cena alegando que o aluno que temos é assim mesmo e que os professores precisam aprender a ensinar... Rotulam o magistério oficial como professores nota ZERO . O que eles querem esconder é que temos na sala de aula crianças (filhos de eleitores) que recebem livro didático, cadernos, lápis e borracha mas '' ESQUECEM '' em casa para ficarem brincando durante a aula. Para agradar os pais eleitores, encaminham os professores para cursos de ''capacitação '' alegando que eles não têm preparo necessário para ensinar, que segundo eles os cursos tem o poder de transformar professores ''despreparados'' em professores criativos, prontos para dar aulas atraentes, envolventes, divertidas capaz de fazer com que os alunos gostem mais da escola do que das partidas de futebol, mais de leitura do que dos jogos no computador...
É claro que esse discurso de responsabilizar o professor e varrer a sujeira para debaixo do tapete não vai levar a educação a lugar nenhum., mas serve perfeitamente para justificar junto a opinião pública o baixo salário pago aos professores de educação . Imagine que você está doente, vai ao médico e ele prescreve determinado remédio . Você não toma o medicamento, não faz a sua parte e culpa o médico por não melhorar. Assim acontece nas escolas públicas. O professor ensina, os alunos não prestam atenção, não estudam, não fazem os deveres de casa, como nossos amiguinhos asiáticos. Daí , então vem o governo e culpa o professor pelo mau desempenho dos ''estudantes''. Ninguém quer sugerir aos políticos a receitinha das crianças asiáticas:
Fazer a lição de casa
Estudar
Empenhar-se
Dedicar-se
Para justificar mais uma vez a falta de reajustes e os baixos salários, o governo implantou um sistema de avaliação. Os professores recebem um bônus por produtividade, uma vez por ano, se os alunos estudarem, se os alunos não faltarem, se os alunos não se evadirem, se os alunos... E, como o aluno não quer saber de nada, estamos sem reajustes há mais ou menos 11 anos. A verdade é que o educador deixou de ser modelo para os jovens: ganhamos mal, nos vestimos mal e somos alvo constante da crítica social . Hoje, modelo para os jovens são os milionários jogadores de futebol, pagodeiros e outros mais que prefiro nem relacionar aqui. Vamos combinar, não dá para falar em Educação de Qualidade enquanto o profissional da educação for sistematicamente desvalorizado, tratado pelo governo, pelas famílias e pela mídia em geral como um inimigo público, um vagabundo, etc. Nessas condições, que aluno vai querer ouvir o que uma pessoa assim tem a dizer?


(Texto tirado da internet)



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