O texto abaixo foi transcrito do blog Tijolaço, a
respeito da morte do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, ferido
durante uma manifestação no Rio de Janeiro na quinta-feira passada.
É óbvio que, poucas horas depois do anúncio da morte
cerebral do cinegrafista Santiago Andrade, não existem condições para o
protesto convocado para hoje no centro do Rio.
Faze-lo é abrir caminho para todo tipo de provocador.
E para as reações mais brutais de policiais que vão se
sentir politicamente protegidos para “baixar o porrete”.
Tanto é assim que duvido que a ele compareçam mais do que
uma dúzia de gatos pingados, “ativistas” da falta de bom-senso e da
irresponsabilidade.
Assim como é falta de bom-senso e de responsabilidade a ação
dos que estão sustentando estes grupos, sejam quem forem.
Inclusive do Ministério Público e da Justiça, que não os
responsabilizaram por todo tipo de depredação e destruição que provocaram.
E dos políticos que, à direita e à pseudoesquerda, toleraram
e passaram a mão na cabeça deste tipo de atitude que, afinal, conseguiu o que
queria: transformou os legítimos movimentos sociais de protesto – e não falta
contra o que protestar – em sinônimo de pancadaria e baderna.
Alguns entram aqui para fazer agressões e ameaças, pouco se
me dá.
Não vou parar, como faço há dias, de afirmar que é hora de
dizer não a isso.
Quem tem que se lamentar, a esta altura, são os que, por um
paternalismo equívoco, deixaram de cumprir seu papel e dizer que democracia se
faz com povo e de cara limpa, não com paus, pedras e máscaras.
Claro que nem todo mascarado é vândalo.
Mas, mesmo não sendo, é no mínimo um idiota que não percebe
que dá cobertura com isso aos que são e a todo tipo de imbecil que vai
descarregar seus desajustes psíquicos com estas fantasias.
Isso não é uma brincadeirinha.
Isso mutila pessoas e mata pessoas, de todos os lados.
Mas, pior, isso arruina a democracia, a liberdade, o direito
de manifestação pacífica e desarmada.
E abre caminho para os fascistas, se os democratas não tem
coragem de dizer não.
Quem tem história nas lutas populares, inclusive quando não
havia liberdades, não pode aceitar ser patrulhado por quem quer que sejamos
lenientes com a selvageria.
Mesmo a de meninos de “muito boa família”.
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