Quem não se lembra da doce Cristiana Oliveira em Pantanal, interpretando a onça Juma Marruá? Pois é, a famosa telenovela dos anos 90 nos apresentou a desconhecida Krika que cresceu e apareceu com sua personagem pantaneira, matuta e apaixonante.
Vinte e um anos se passaram para que Cristiana voltasse a ser destaque, desta vez, na pele de uma presidiária barra pesada chamada Araci. Os nomes terminados em i são considerados unissex, dando a entender que a temida traficante de drogas continha, em sua personalidade, o masculino e o feminino essenciais para dar vida a uma mulher tão estereotipada no universo televisivo.
Costumo analisar o desempenho de um ator pelo desprendimento que ele faz de si mesmo em prol do seu personagem. O que Cristiana fez foi se despir de sua beleza e feminilidade para encarnar uma detenta terrorista e temida por suas colegas de confinamento. As mudanças drásticas em seu corpo, como adquirir 15 quilos a mais, as tatuagens falsas, a truculência nos trejeitos de andar e falar são apenas traços de uma atriz que provou ser capaz de surpreender por uma atuação, mesmo tendo ficado pouco tempo no ar. Sua personagem serviu de trampolim para a ascensão de Glória Pires, antes ingênua e sofrida, que irá se transformar em uma grande vilã nos próximos capítulos de Insensato Coração. Com Araci, Norma (Glória) teve aulas de vilania e aprendeu que a sobrevivência, muitas das vezes, depende de um bocado de coragem... e maldade.
A Araci de Cristiana Oliveira já aconteceu. Ficou por pouco tempo na trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, mas vai deixar saudade. Não que eu considere um bom exemplo ser uma assassina e traficante de drogas, mas pela sua atuaçao primorosa, desprovida de vaidade. Cristiana em nada se fez lembrar das costumeiras patricinhas que encarnou logo que deixou a extinta Rede Manchete. Juma Marruá perto de Araci era apenas uma gatinha. A onça mostrou seu poder agora, com um rugido barulhento e cheio de talento! Parabéns, Cristiana! Que você possa nos presentear, vez em quando para não enjoar, com personagens brilhantes como foi a sua presidiária. É bom saber que ainda existem atores que não se sentem o supra-sumo das celebridades. É bom saber que a onça fez valer o título que a consagrou!
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