Soneto de Aniversário
Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.
Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.
Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.
E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.
Vinícius aos 4 anos |
Marcus Vinícius da Cruz de Melo Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de Lydia Cruz de Moraes e de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes.
Vinícius aos 15 anos |
Vinícius teve três irmãos: Laetitia de Moraes, Lygia de Moraes e Helius de Moraes. Na foto acima, o poeta tinha apenas 15 anos.
Vinícius aos 17 anos |
Aos 17 anos, ingressa na Faculdade de Direito, na rua do Catete, Rio
Casou-se nove vezes. Sua primeira esposa foi Tati de Moraes, com quem teve os filhos Susana e Pedro. Para ela criou o mais famoso verso: "Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure."
Posteriormente se uniu a Regina Pederneiras; Lila Bôscoli, com quem teve Georgiana e Luciana; Maria Lúcia Proença (a quem dedicou a crônica "Para viver um grande amor"); Nelita (para quem criou "Minha Namorada"); Cristiana Gurjão, mãe de Maria; Gesse Gessy; Marta Ibañez e, por último, com quem terminou os seus dias, Gilda Mattoso.
Uma vez perguntado a ele se era mulherengo, respondeu: "Mulherengo? Não, mulherólogo."
Fez inúmeras parcerias: Tom Jobim, Edu Lobo, Carlos Lyra, Baden Powel e Toquinho. Era amigo de Fernando Sabino, Manuel Bandeira, Pablo Neruda e Di Cavalcanti.
Um dia antes de morrer, Vinícius dera uma entrevista na qual fora questionado: "- O senhor tem medo de morrer?"
"Eu não estou com medo da morte, estou com saudade da vida."
Vinícius de Moraes
* 19.10.1913
* 09.07.1980
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