Em 1950, a seleção brasileira quedou-se diante do Uruguai, em pleno Maracanã, na final da Copa do Mundo sediada por aqui pela primeira vez. Arquivos nos dão conta de que os 11 jogadores foram considerados inimigos da nação e viveram e morreram como carrascos. O repórter Geneton Moraes Neto fez um documentário sobre o fatídico "Maracanazo" entitulado Dossiê 50 - Comício a favor dos náufragos, que aborda o drama vivido pelos titulares daquele jogo. Na abertura do documentário, há um poema da autoria de Walt Whitman, muito apropriado para o momento vivenciado pelo nosso futebol pentacampeão.
Após a derrota acachapante diante da alemanha, no Mineirão, pelo placar de 7x1, resta-nos juntar os cacos, refletir, mudar e, acima de tudo, termos o bom senso de saber que a culpa não foi somente de quem estava somente dentro de campo. Encontrei apenas trechos do poema:
(…)
Com música forte eu venho,
com minhas cornetas e meus tambores,
não toco marchas só para os vencedores consagrados,
toco marchas também para pessoas batidas
e conquistadas.
Já não ouviste dizer que era bom ganhar o dia?
Eu digo que perder também é bom,
batalhas são perdidas
com o mesmo espírito com que são ganhas.
(…)
Rufo e bato pelos mortos,
sopro nas minhas embocaduras o que de mais alto
e de mais alegre posso por eles.
Vivas àqueles que fracassaram!
E àqueles cujos navios de guerra afundaram no mar!
E àqueles que em pessoa afundaram no mar!
E a todos os generais que perderam nas manobras
e foram todos heróis!
E ao sem número dos heróis desconhecidos
equivalentes aos heróis maiores que se conhecem!
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