terça-feira, 22 de julho de 2014

Sobre o Morrer



Rubem Alves e sua filha Raquel, musa inspiradora de várias crônicas do autor.

A morte me informa sobre o que realmente importa. Me daria ao luxo de escolher as pessoas com quem conversar. E poderia ficar em silêncio, se o desejasse. Perante a morte tudo é desculpável... Creio que não mais leria prosa. Com algumas exceções: Nietzsche, Camus, Guimarães Rosa. Todos eles se foram aprendizes da mesma mestra. E certo que não perderia um segundo com filosofia. E me dedicaria à poesia com uma volúpia que até hoje não me permiti. Porque a poesia pertence ao clima da verdade e encanto que a Morte instaura. E ouviria mais Bach e Beethoven. Além de usar meu tempo no prazer de cuidar do meu jardim...

Rubem Alves

Um comentário:

  1. O encanto de morrer somente é sentido pelos diferenciados, pelos especiais... imagine viver eternamente e ver todos os seus amores, amigos e inimigos se irem sempre e você ficando a observar e sofrer ETERNAMENTE. Não parece bom.
    Espero também um dia ter esse privilégio, não precisa ser por agora, mas espero que chegue, e trabalharei sempre para estar cada vez mais preparado.

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