Tenho uma conexão incrível com os textos de Fernanda Young. Eu a acho sensacional. É como se ela traduzisse por escrito sentimentos que são meus. Mulher forte, ácida, verdadeira. Sempre me deparo com algumas de suas pérolas que cabem exatamente em uma situação pela qual estou passando. Dia desses, eu li:
Tenho carências insolúveis.
Sou
teimosa. Hipocondríaca.
Raivosa, quando sinto-me atacada.
Não como cebola.
Só
ando no banco da frente dos carros.
Mas não imponho a minha pessoa a ninguém.
Não imploro afeto.
Não sou indiscreta nas minhas relações.
Tenho poucos amigos,
porque acho mais inteligente ser seletivo a respeito daqueles que você escolhe
para contar os seus segredos. Então, se sou chata, não incomodo ninguém que não
queira ser incomodado. Chateio só aqueles que não me acham uma chata, por isso
me querem ao seu lado. Acho sim, que, às vezes, dou trabalho. Mas é como ter um
Rolls Royce: se você não quiser ter que pagar o preço da manutenção, mude para
um Passat.
Claro, nem tudo acima escrito é compatível comigo. Mas eu também sou cheia de manias! Todavia, como cebola e ando no banco de trás do carro. Fernanda já me socorreu várias vezes, bem... disso ela não sabe. Queria tê-la como amiga, evidentemente, isso também nunca vai acontecer. Então, num ritual de antropofagia literária, devoro seus textos. Fernanda foi a precursora das escritas com teores tônicos, deliberadamente direcionados, vocabulário rasgado. Fez discípulas, como a Tati Bernardi, que às vezes me lembra o estilo franco de Young. E que eu possa "Carpinejar' outros tantos textos dessa mulher, a meu ver, fantástica!
Amei o texto! Tudo de bom. Bjo
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