Todos ficamos em estado de choque. Não era possível acreditar que aquele garoto sonhador terminara sua jornada na terra. Daquele jeito, em questão de segundos. Choramos a dor da sua partida, sofremos e nos compadecemos com o desespero de sua mãe. Hoje, dez anos depois, ainda custa-nos acreditar que ele não está mais entre nós. Em sua vida curta, tivemos o privilégio de compartilharmos bons momentos. O menino doce, tímido, tão educado, simples. O rapaz que foi em busca do seu projeto de vida, batalhando em outro país, longe da sua família, alcançou seu objetivo - tornou-se piloto. Caprichosamente, o destino fez com que sua maior paixão - a aviação, fosse a causa da sua morte precoce. Em um acidente com raríssimas chances de acontecer, um monomotor colidiu com a cauda do avião que ele pilotava naquela manhã de 27 de outubro. Era o dia da sua formatura. Seus pais estavam em Danbury, Estados Unidos, quando tudo aconteceu. E nós, daqui, não pudemos abraçá-los, confortá-los. As tragédias familiares acontecem diariamente. Nunca imaginamos que poderia acontecer conosco. Por isso eu acho que temos de viver em estado de graça, em paz. Amar àqueles que Deus colocou em nossas vidas, porque para tudo há um motivo. O meu filho Matheus era afilhado dele. Mas o Matheus tem vagas lembranças do seu primo-padrinho. Quando esteve no Brasil pela última vez, ele foi à nossa casa, almoçou conosco. Abraçamos-nos e despedimo-nos sem saber que não haveria outras despedidas. Fica a imagem do bom menino. Hoje, bateu aquela saudade...
Jamerson Rafael Coimbra
* 20.09.1978
* 27.10.2002
10 anos se passaram, e lembro-me claramente da estrela cadente que vi pouco antes da notícia de seu acidente. Será que se despedia de mim? Também convive pouco, mas o suficiente para encher os olhos de lágrimas pela saudade que senti quando li...
ResponderExcluirDeus abençoa o coração de tia Socorro principalmente.