segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Pedra Flor Espinho
Não necessariamente nesta ordem...
Sabe aquele ano em que você fica contando os milésimos de segundo para terminar logo? Pois é, esse ano é 2012. Disseram os maias que ele acabaria no dia 21 deste mês, entretanto, cá estou eu escrevendo e cronometrando as horas finais para o semestre mais difícil e doloroso, quiçá, da minha vida!
Perder faz parte do jogo. Neste ano eu tive muitas perdas. Perdas físicas, perdas emocionais, perdi pessoas para os desentendimentos e equívocos, perdi pessoas para Deus. Passei por algumas cirurgias, quase fiquei sem meu dedo do pé. Até parece soar engraçado, mas é verdade. Em março, aconteceu a primeira e mais dolorosa intervenção: arrancaram minha unha pela raiz. Motivo: barbeiragem da pedicure. Resultado: hospital, anestesia, cirurgião e um quase mutilamento. Veio maio e, mais uma vez, me arrancaram algo: um dente! Motivo: barbeiragem de vários dentistas que não souberam diagnosticar uma fratura externa. Somente um iluminado profissional da área de buco-maxilo foi capaz de desconfiar do acontecido. Como esse dente foi fraturado? Vai saber, né. De cadeira em cadeira, até canal fizeram no tal dente. Inútil. Me arrumaram só mais um problema - fazer canal em um dente perdido por uma rachadura não vista a olho nu. Somente uma tomografia a identificou. Após a extração do segundo molar e meses de idas intermináveis ao dentista, o problema foi resolvido com um implante. Dentistas me causam pânico. Será por quê?
Com a chegada do inverno, sentimos o efeito gelado das relações findas. E assistimos, entristecidos, um casal muito próximo se separar. A dor é fria. Corta como gelo. Choramos, lamentamos e seguimos para julho divididos entre a tristeza de uma separação e a alegria das celebrações de formatura na família. Em meio a cerimônias e bailes, minha mãe teve uma crise de labirintite ao se levantar de madrugada para beber água e se estabacar no chão, batendo com a cabeça e ficando desacordada, inconsciente. Saiu de casa naquela madrugada fria, levada ao pronto socorro pelo SAMU, no dia 10 daquele mês. No mesmo dia em que a minha irmã começaria seu ritual de conclusão do curso de Direito. Noites longas passei ao lado dela, sentada em uma cadeira improvisada para acompanhantes. Minha mãe não sabia onde estava e nem o que havia acontecido. Falava enrolado, não reconhecia as pessoas, não queria ficar no hospital. E julho não foi o meu mês de férias escolares...
Com a chegada do inverno, sentimos o efeito gelado das relações findas. E assistimos, entristecidos, um casal muito próximo se separar. A dor é fria. Corta como gelo. Choramos, lamentamos e seguimos para julho divididos entre a tristeza de uma separação e a alegria das celebrações de formatura na família. Em meio a cerimônias e bailes, minha mãe teve uma crise de labirintite ao se levantar de madrugada para beber água e se estabacar no chão, batendo com a cabeça e ficando desacordada, inconsciente. Saiu de casa naquela madrugada fria, levada ao pronto socorro pelo SAMU, no dia 10 daquele mês. No mesmo dia em que a minha irmã começaria seu ritual de conclusão do curso de Direito. Noites longas passei ao lado dela, sentada em uma cadeira improvisada para acompanhantes. Minha mãe não sabia onde estava e nem o que havia acontecido. Falava enrolado, não reconhecia as pessoas, não queria ficar no hospital. E julho não foi o meu mês de férias escolares...
Sempre quis ter o poder de dar um salto no tempo. Especialmente, gostaria de ter plenos poderes para tirar agosto do calendário. Sei lá, acelerar a máquina do tempo, mudar o mês de nome. Enfim, eu e minhas superstições. Já no dia primeiro, minha tia fez aniversário. A mãe da Luciana e da Juliana, minhas primas queridas. Oba, pensei, pelo menos em agosto há muitos aniversários! No dia 15, minha avó completou 87 anos. Gracinha demais, muito fofa. Fiz uma postagem, compartilhei no Facebook, depois li pra ela todas as mensagens que as pessoas deixaram. Vovó ficou alegre, sem entender, portanto, essa tal de internet. Já nos finalmentes, faltando apenas um dia para agosto chegar ao fim, morre a Síglia, minha cunhada. Doce Síglia, que saudade... Agosto continuará sendo, indefectivelmente para mim, o mês do desgosto.
Beto Guedes imortalizou o nono mês do ano com a sua melódica "Quando entrar setembro..." Uma canção de encher os ouvidos. E como eu gosto de setembro, o mês da primavera, flores, frio chegando ao fim, ah! doce setembro. Sem entrar em detalhes, posso apenas dizer que fiz minha terceira cirurgia. Maior e mais delicada do que as anteriores. Fiquei um mês de licença médica, tive uma excelente recuperação, livrei-me de um problema que há anos me atormentava. Passei setembro em contemplação: pela sacada do apartamento, observava as árvores da rua em início de floração, a jardineira abarrotada de flores, o céu de um profundo azul-turquesa. Foi o mês do repouso, perfeito para guardar as energias que seriam gastas em outubro. E que outubro!
A gente nunca acredita que as coisas que acontecem com os outros possam acontecer conosco. E, pela primeira vez na minha vida, eu estava diante da possibilidade de perder alguém da minha família. Pessoa do primeiro escalão, do time de estrelas. Que reboliço foram os dias de novembro. A notícia se espalhou e os parentes iam, em doses homeopáticas, visitar minha avó. Era um ritual de despedida. Além dela mesma, que acreditava numa cura, cuja fé era inabalável, ninguém mais conseguia, por mais que tentasse, pensar que a situação fosse revertida. Aos 87 anos, parecia algo impossível. Não para Deus, porém... Encarar a verdade dos fatos é muito difícil. Os médicos foram taxativos - a cirurgia é de risco. Não fazê-la, porém, será fatal! Chorei. Choramos. Ela também chorou. Na manhã do dia 18, eu, Luciana e minha tia Aparecida, a filha mais velha da minha avó, saímos com ela para interná-la no Hospital das Clínicas. Ao entrar no carro, virou-se para seu companheiro e disse - "Eu volto". Em 20 de novembro, foi submetida a uma cirurgia para a retirada do tumor. No dia 27, meu pai, o filho do meio, completou 65 anos. E novembro chegou ao fim. E minha avó continuava no CTI, lutando pela vida.
Final do tratamento com a podóloga. Me perguntaram se era piercing no pé. Não, chama-se button ortodôntico e tem o objetivo de levantar a unha e ajudar no crescimento da parte que foi arrancada. Eu que achava o número 12 o meu número da sorte... Ah, 2012!
Beto Guedes imortalizou o nono mês do ano com a sua melódica "Quando entrar setembro..." Uma canção de encher os ouvidos. E como eu gosto de setembro, o mês da primavera, flores, frio chegando ao fim, ah! doce setembro. Sem entrar em detalhes, posso apenas dizer que fiz minha terceira cirurgia. Maior e mais delicada do que as anteriores. Fiquei um mês de licença médica, tive uma excelente recuperação, livrei-me de um problema que há anos me atormentava. Passei setembro em contemplação: pela sacada do apartamento, observava as árvores da rua em início de floração, a jardineira abarrotada de flores, o céu de um profundo azul-turquesa. Foi o mês do repouso, perfeito para guardar as energias que seriam gastas em outubro. E que outubro!
Um raio é capaz de cair duas vezes no mesmo lugar, sim. E não foi que, mais uma vez, tive minha unha do pé infeccionada? Não só a do pé direito, mas o do esquerdo também. Dessa vez dei o grito. Exigi que o salão pagasse pelo tratamento. E fiquei por mais de 30 dias indo à podóloga para não ter que voltar ao hospital. Um tratamento mais demorado e caro, porém, bastante eficiente. Depois disso, faço eu mesma as unhas dos meus pés. Chega! Ninguém merece! Nesse meio tempo, minha avó começou a demonstrar sinais de que sua saúde estava debilitada. Logo ela, que nunca soube na vida o que é ter uma dor de cabeça. Passou por uma bateria de exames e relatório médico diagnosticou uma neoplasia intestinal. A palavra neoplasia não mudaria e nem amenizaria as consequências da doença. Não mudaria o fim desta história...
A gente nunca acredita que as coisas que acontecem com os outros possam acontecer conosco. E, pela primeira vez na minha vida, eu estava diante da possibilidade de perder alguém da minha família. Pessoa do primeiro escalão, do time de estrelas. Que reboliço foram os dias de novembro. A notícia se espalhou e os parentes iam, em doses homeopáticas, visitar minha avó. Era um ritual de despedida. Além dela mesma, que acreditava numa cura, cuja fé era inabalável, ninguém mais conseguia, por mais que tentasse, pensar que a situação fosse revertida. Aos 87 anos, parecia algo impossível. Não para Deus, porém... Encarar a verdade dos fatos é muito difícil. Os médicos foram taxativos - a cirurgia é de risco. Não fazê-la, porém, será fatal! Chorei. Choramos. Ela também chorou. Na manhã do dia 18, eu, Luciana e minha tia Aparecida, a filha mais velha da minha avó, saímos com ela para interná-la no Hospital das Clínicas. Ao entrar no carro, virou-se para seu companheiro e disse - "Eu volto". Em 20 de novembro, foi submetida a uma cirurgia para a retirada do tumor. No dia 27, meu pai, o filho do meio, completou 65 anos. E novembro chegou ao fim. E minha avó continuava no CTI, lutando pela vida.
Tristes e aflitos, iniciamos o mês de dezembro em peregrinação. Íamos visitá-la no hospital, nos revezando diariamente. Saíamos durante o expediente de trabalho, autorizados pelos nossos chefes, para não deixá-la sozinha no único horário em que visitas eram permitidas - às 16 horas. Tudo isso acontecendo ao mesmo tempo em que dezembro, várias pessoas fazem aniversário na família - Bruna, Matheus, meu avô. E o medo de que uma data dessa ficasse marcada pela partida da nossa amada vozinha. Mas ela esperou pelo dia de Nossa Senhora Imaculada Conceição. Foi num sábado, feriado. Telefone tocou às 7 da manhã. Pulei da cama. Humberto já havia atendido. Eu já sabia. Confirmou-se a notícia. Minha avó não resistira. Também não se entregou facilmente. Forte e guerreira. Recebeu todas as honras em sua cerimônia de despedida. Meu avô dava sinais de que não iria aguentar tanta dor. Ele penteou os cabelos dela, seus brancos e lisos cabelos. Lamentou por não ter sido ele a morrer e desejou ter ido junto. Chorou e o seu choro comoveu a todos. 70 anos de união e meu avô acreditando que sua esposa estava ali, sentindo frio e fome. E, no fim, na hora do último adeus, ele disse aquelas palavras: "Vai com Deus".
Hoje faz 20 dias que estamos sem ela. Dezembro ainda não terminou.
Final do tratamento com a podóloga. Me perguntaram se era piercing no pé. Não, chama-se button ortodôntico e tem o objetivo de levantar a unha e ajudar no crescimento da parte que foi arrancada. Eu que achava o número 12 o meu número da sorte... Ah, 2012!
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
Dona Canô
So this is Christmas
Olá amigos do blog! Então. . . É Natal! Já não importa muito o que "fizemos", pois o foco do momento é o olhar
pro futuro. Então, eu gostaria de pedir que se fizessem valer de fato e de
atos, agora e adiante, todas as mensagens de carinho e esperança ditas,
escritas e compartilhadas. Que sejamos capazes de amar o próximo-
verdadeiramente -, a nossa família, os nossos amigos e, quem sabe, os nossos inimigos! Sejamos capazes de compreendermos e respeitarmos os nossos limites para que entendamos os limites do outro; que
possamos perdoar as falhas alheias e as nossas também; que saibamos tirar o
peso excessivo e desnecessário de fardos das experiências difíceis pelas quais
passamos e que a esperança não seja apenas uma palavra que enfeite árvores e
cartões natalinos: que ela esteja conosco e nunca se perca.
Aproveitando a ocasião onde reina o espírito de paz e de fraternidade, quero deixar algumas palavras mágicas para
cada um que faz parte do meu cotidiano virtual. Para aqueles com os quais
convivo e são visitantes assíduos (Juliana, Beto, Marília...), para aqueles que me acompanham online (incluindo os que me ignoram nas redes sociais e vêm aqui para saber da minha vida; aos que criaram profiles fakes para me visitarem nessas mesmas redes) e para outros que não vejo há tempos - recebam e pratiquem: Amizade, Respeito, Consideração, Lealdade, Discernimento, Saúde e Paz... É o meu presente para você. Abraço afetuoso.
domingo, 16 de dezembro de 2012
Fernanda . . . Once More
Estar bem e feliz é uma questão de escolha e não de sorte ou
mero acaso. É estar perto das pessoas que amamos, que nos fazem bem e que nos
querem bem.
É saber evitar tudo aquilo que nos incomoda ou faz mal, não
hesitando em usar o bom senso, a maturidade obtida com experiências passadas ou
mesmo nossa sensibilidade para isso.
É distanciar-se de falsidade, inveja e mentiras. Evitar
sentimentos corrosivos como o rancor, a raiva, e as mágoas que nos tiram noites
de sono e em nada afetam as pessoas responsáveis por causá-los. É
valorizar as palavras verdadeiras e os sentimentos sinceros que a nós são
destinados.
E saber ignorar, de forma mais fina e elegante possível,
aqueles que dizem as coisas da boca para fora ou cujas palavras e caráter nunca
valeram um milésimo do tempo que você perdeu ao escutá-las.
Fernanda Young
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Minha Avó Nina
Que mulher é essa? Qual era o seu segredo? O que se escondia atrás do seu olhar? O que queria nos dizer o silêncio misterioso, impresso em sua face sinuosamente marcada pelos muitos anos vividos? Ah, doce pessoa! Você e seus mistérios sem fim... Você e a sua fé inabalável, seu amor imensurável que transcendia o limite da lógica.
Por quê, doce senhora, por que de nós, tão rápido, Deus a tirou? Certamente foi para encantar o paraíso ainda mais - como se isso fosse possível. Levou-a em questão de dias e... Que dias! Todos tristes à espera de um milagre. Mas a nossa ignorância não nos permite perceber que o milagre foi feito. E você, doce pessoa, cumpriu com muita dignidade a sua missão entre nós.
Que mulher era essa? Mãe zelosa, avó adorada, esposa amada, irmã generosa, amiga honrada! A gentil senhora das panelas cheias, da comida deliciosa, cuidadosamente preparada para que nos refestelássemos com seu sabor incomparável. A senhorinha do café com o aroma mais agradável que alguém possa ter sentido.
A encantadora velhinha com suas frases de efeito - "Mas que ideia cor-de-rosa!". O seu gosto muito especial por músicas e a preferência declarada por Besame Mucho, Fale Baixinho, Sibonei, Boate Azul. O bailado solitário das valsas e dos boleros em rodopios pela sala, como bailarina sem par. Todas ao som de fitas K7 do seu sonzinho portátil.
Sabe quem era essa mulher? A pessoa mais querida e sensacional que alguém possa ter conhecido. Ela era minha avó e minha mãe. Nasci e me criei em seu lar. O vazio que ela deixou jamais será preenchido. Mas o tempo, caprichoso que é, nos fará entender a aceitar a sua morte, a sua passagem. Afinal, ela está logo ali, do outro lado da porta!
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Vô
No meio do caminho tinha uma data. No meio do caminho houve uma perda. Peço licença à minha dor para neste momento me desligar do luto e celebrar os 94 anos de vida deste homem, exemplo de bravura, força e fé. Meu avô Antônio...
sábado, 8 de dezembro de 2012
Vó
Nunca senti uma dor tão intensa. Sem palavras para o momento. Só saudade...
Izolina de Moraes Teotônio
* 15 de agosto de 1925
* 08 de dezembro de 2012
Nasceu e morreu em dias santos. 15 de agosto e 8 de dezembro são feriados em Belo Horizonte. No primeiro, comemora-se a padroeira da cidade, Nossa Senhora da Boa Viagem. No segundo, dia de Nossa Senhora da Conceição. Católica, devotíssima de Nossa Senhora, do Divino Pai Eterno e de Santa Faustina. Sua chegada e sua partida não poderiam ter sido em dias diferentes.
Atualizado em 29 de dezembro de 2012
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Matheus
Eu tinha 21 anos quando ele nasceu... E hoje ele está completando 21 anos! Matheus, um filho maravilhoso, motivo de muito orgulho para mim, para seu pai e seu irmão. Parabéns, meu jovem! Te amamos muito!
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Oscar Niemeyer
Há que se respeitar uma pessoa que vive por 104 anos. Na verdade, ele morreu faltando apenas dez dias para completar 105. Oscar Niemeyer, o arquiteto das "curvas", o gênio imortalizado em suas obras. Em Belo Horizonte pode-se ver vários edifícios projetados por ele - o da Praça da Liberdade, o complexo arquitetônico da Lagoa da Pampulha, no qual seu maior e mais belo expoente é a Igrejinha de São Francisco. Tem também a Casa do Baile, o Museu de Arte e, recentemente, todo o complexo de obras da Cidade Administrativa. Isso somente para citar Minas Gerais.
Oscar Niemeyer nasceu em 1907. Foi amigo de personalidades ilustres, era ateu. Portanto, não é de bom tom dizer para ele ir com Deus. Carioca, pai de uma uma única filha - Anna Maria, falecida aos 82 anos, em junho deste ano. O mestre da arquitetura partiu. Para nós ficam sua arte, sua genialidade, as lições de sua longa e bem vivida - Vida! Esteve por muito tempo entre nós, atravessou gerações e gerações, rompeu um século inteiro. Há que receber os nossos aplausos. A galeria da "Saudade" está cada vez maior... Que descanse em paz!
Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares
*15 de dezembro de 1907
*05 de dezembro de 2012
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
O Arroz de Palma
Família é prato difícil de preparar. São muitos
ingredientes. Reunir todos é um problema... Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir...Mas a vida sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite.
O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele, o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente...Já estão aí? Todos? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar.
Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza. Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa. Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto: é um verdadeiro desastre.
Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada. O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini, Família à Belle Manière; Família ao Molho Pardo (em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria). Família é afinidade, é à Moda da Casa. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito. Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seria assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.
Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro.
Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.
Trecho do livro de Francisco Azevedo.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Bruna
A aniversariante do dia... Que dezembro possa nos trazer paz e confortar os nossos corações. Amo muito você! Desejo-lhe toda a felicidade do mundo!
Madrugada do dia 3... Ouço o violino de Fale Baixinho. Choro. Imagino minha vozinha naquele leito de hospital em uma luta ferrenha pela vida. Sofrida, irreconhecível, quase um anjo. Só o céu pode nos ouvir, vó... Foi tudo tão de repente. Eu não consigo expressar em palavras o que sinto. É tudo muito triste. E se a senhora não voltar pra casa, como vai ser?
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Fale Baixinho
Só o céu vai nos ouvir...
Se eu pudesse colocar uma música para ela ouvir, eu colocaria essa...
Vida
Muito triste. Quando a gente pensa que já experimentou todo tipo de dor, vem a vida e te mostra que há outras opções, bem piores...
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
À procura de quê?
'Apoiei o sonho dela’, diz marido de modelo morta ao colocar silicone
Jovem de 24 anos era miss Jataí Turismo e sofreu duas paradas cardíacas. Ela foi operada em hospital de Goiânia; família acusa médico de negligência. ( 01/12/12 )
Mulher morre após fazer cirurgia plástica em Governador Valadares
Dona de casa Alessandra Silva de 41 anos morreu após cirurgia estética. Segundo médico, ela não apresentou problemas durante o procedimento. (25/11/12 )
http://g1.globo.com/mg/vales-mg/noticia/2012/11/mulher-morre-apos-fazer-cirurgia-plastica-em-governador-valadares.html
http://g1.globo.com/mg/vales-mg/noticia/2012/11/mulher-morre-apos-fazer-cirurgia-plastica-em-governador-valadares.html
Eu tento entender, mas não consigo. Nos dois últimos meses foram noticiadas as mortes de várias mulheres em decorrência de cirurgias plásticas mal sucedidas. Mulheres jovens, bonitas, com uma vida inteira pela frente se arriscando em procedimentos cirúrgicos desnecessários! Hoje, qualquer comodozinho com placa de "clínica estética" se acha no direito de realizar cirurgias complexas, sem profissionais adequados, sem CTI. Com tanta gente lutando para viver enquanto outras jogam suas vidas fora, em busca da vaidade, da perfeição, do culto ao corpo. Que pena!
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Eu Coitadinho
Todo mundo conhece um "eu coitadinho". Aquele indivíduo que vê a vida sob o prisma da vitimização. Para ele, todo o universo conspira contra si. Tudo na vida dele dá errado porque o mundo é injusto e ninguém colabora para a sua felicidade.
O "eu coitadinho" é muito popular, existe aos montes. Pode ser um parente, um amigo, um vizinho, o chefe, o subalterno, o rico, o pobre, o intermediário. Ele está inserido no mundo real e no mundo virtual. O "eu coitadinho" é um pé-no-saco! Muitas vezes você fica convencido que contribuiu de maneira injusta para a sua infelicidade. Sim, os coitadinhos não costumam ser pessoas felizes e realizadas. Mas essas pessoas não se dão por satisfeitas por serem infelizes sozinhas. Elas são altruístas. Querem dividir seu fardo. E te fazem sentir culpa.
Pode observar - neste exato momento você deve ter se lembrado de pelo menos três sujeitos "eu coitadinho". As frases mais comuns costumam ser: ninguém me respeita, como sou humilhado/a, eu sou tão humilde, sou uma pessoa simples, por que você faz isso comigo?, só porque eu sou pobre, só porque eu sou rico, só porque eu sou católico, só porque eu sou ateu, só porque eu sou evangélico, o que será que eu fiz de errado? é porque eu sou magro, é porque gordo, é porque eu sou feio, é porque eu sou bonito, sou mal casado, sou divorciado, sou bem casado e todos têm inveja de mim, ninguém se lembra que eu existo... Oh, meu Deus! Para que tanta auto-piedade? Por que tanto complexo?
O "eu coitadinho" tem um caráter dúbio. Acredite, auto-comiseração não é normal. São algozes de si próprios, não costumam e não fazem auto-análise (seria exigir demais) porque, geralmente, a inteligência emocional desta pessoa é muito comprometida. Inteligência emocional é diferente de inteligência cognitiva. Conheço gente inteligentíssima que é "eu coitadinho". Não é questão de falta de QI. A questão é a falta de amor próprio. Acho que Sartre definiu muito bem esse tipo de pessoa. Para elas, "O inferno são os outros."
O "eu coitadinho" curte uma música dor de cotovelo. Você não o verá dançando rock, forró, samba ou funk. Sua trilha sonora deve passar por Lilian "Eu sou rebelde porque o mundo quis assim, porque nunca me trataram com amor e as pessoas se fecharam para mim", por Roberto Carlos, óbvio "Por que me arrastou aos seus pés, por que me dou tanto assim, e por que não peço em troca nada de volta pra mim?", inevitavelmente Reginaldo Rossi "Garçom, aqui nesta mesa de bar, você já cansou de escutar centenas de casos de amor" e até mesmo Kid Abelha "Você me tem fácil demais, mas não parece capaz de cuidar do que possui." Ah, tá ok! Eu gosto destas músicas, mas vamos combinar - muda o disco, cara!
Para o "eu coitadinho" as cores mais lindas devem ser o cinza, o preto e o roxo. Dias nublados são muito bem vindos. Seu programa favorito é assistir Casos de Família e usar as redes sociais para despejar sua tristeza. E haja atualização de status: "nossa, sabe aquela pessoa, que decepção. Como eu me enganei com ela/com ele, que bruxa, que traidor, que cobra, invejoso, me odeia entra na fila, o dia fica mais lindo quando algumas pessoas desaparecem... Só para citar alguns.
O que mais me irrita no "eu coitadinho" é o ser complexado. Pelamordedeus! Qualquer coisa que você vier a escrever, vira motivo de ira! É como se o mundo girasse em torno do umbigo deste indivíduo. Na sua cabeça doentia, as palavras são direcionadas para ele. Qualquer texto, qualquer mesmo, é visto como indireta. E daí vira uma bola de neve, porque o "eu coitadinho" tem seu modos operandi para interpretar as coisas. Ele é o alvo de todas as setas! Galileu Galilei vai ter que reinventar sua teoria heliocêntrica. Não será mais o sol o centro do universo, mas sim o "eu coitadinho" - o egocentrismo!
Quando contrariado, o "eu coitadinho" se isola. Isola-se dos amigos (reais ou virtuais), isola-se da família, dos colegas de trabalho, dos bichinhos de estimação, das plantinhas, das bactérias e das amebas! O "eu coitadinho" quer se passar por inferior, mas na verdade existe dentro de si um líder nato, mas um líder negativo, uma liderança para o mal - a tal manipulação. É um ser exótico, comprometido com seus valores pétreos, como as cláusulas pétreas da Justiça! Seus valores são para si memoráveis, respeitáveis, a sua índole é impoluta, imaculada, suas intenções são sempre as melhores e, pasmem, costumam ser muito carismáticos! Hitler também era carismático.
Como reconhecer um "eu coitadinho"? Com o tempo a gente fica craque! Ele começa sendo, geralmente, muito gentil. Faz elogios a você, vai se aproximando, colhendo informações, revelando um pouco de si até se tornar seu amigo ou alguém bem próximo. Se for da família, todas essas etapas são dispensadas, basta apenas umas atitudes mais intimistas para te pegar. Pois bem, diante desta "posse", sim, o "eu coitadinho" jura que as pessoas lhe pertencem e devem agir conforme ele quer - você estará proibido de decepcioná-lo. Decepção para ele, ato imperdoável! - Ao ter certeza de que você é parte integrante da vida dele, aí começam as cobranças. Se você não está no seu melhor dia, você o está desprezando. Se você diz algo que não lhe cai bem aos ouvidos, você o está agredindo. Se você posta uma mensagem e, sem saber e sem querer, atinge com uma flecha a consciência pesada dele, é uma indireta. Em todos os momentos você tem que medir seus passos, pois ao menor vacilo, você vira A DECEPÇÃO.
Tem coisa mais difícil do que conviver com o "eu coitadinho"? Sim, é você ter a consciência de que não ele, mas você é ou foi uma vítima da sua insegurança, da sua maldade, da sua manipulação, dos seu desvio de caráter, da sua falta de autoestima, do seu excesso de controle. Você tem que conviver com a frustração de não ter sido 100% quando na verdade o "eu coitadinho" não mereceria nem 1 por cento da sua atenção. Você se entristece por acreditar que tinha um amigo, mas... que amigo? Um amigo que não pode ser contrariado? Um amigo que não dialoga e ao invés disso te julga, condena e sentencia sem direito de defesa? Ah, que triste! Pela minha vida já se passaram vários "eus coitadinhos". Isso não é um mérito. Isso me deixa triste, magoada. É um motivo para repensar o valor da verdadeira amizade.
E sabe... Por incrível que pareça, algumas pessoas irão ler este texto e imaginar que foi escrito para elas. É o "eu coitadinho" com o maldito vício do ego! Eu não perderia meu tempo escrevendo para alguém de quem eu não gosto ou que deixei de gostar. E o mais sério: não publicaria em um blog algo para uma pessoa específica. Sou direta e, portanto, a mensagem iria para o destinatário via e-mail. E por mais incrível que possa parecer ainda, quem eu gostaria que lesse este post, jamais vai acessar esse blog. Então, não pense besteira. Eu escrevo o que me dá na telha e não ligo se algumas pessoas se sentirem ofendidas. Porque se isso acontecer será a prova cabal de que o leitor é um "eu coitadinho."
Christiane Bianchi
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Alma de Passarinho
Quando temos um bichinho de estimação, seja de qualquer espécie ou tamanho, sempre ficamos tristes quando ele se vai. Hoje, a hamster do Matheus morreu. Ela ficou conosco por mais de um ano e, neste tempo, teve 7 ninhadas e mais de 30 filhotes. A pobrezinha adoeceu de repente, agonizou por alguns dias a agora há pouco vimos que havia chegado ao fim. Seu miúdo corpinho está sob as flores da jardineira. Ah, ela se chamava Amy e o macho se chama Mike. Ele vai ficar sozinho, brincando na sua minúscula roda gigante...
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Eu ando
Cansada, apreensiva, ansiosa. Com muitas ideias e pouca coragem para escrever. Desanimada. Fim de ano é sempre assim, pesado! Tomara que chova bastante, chuva é o que tem de melhor nesses últimos meses...
Marcos Paulo
Quando o espaço da saudade fica maior do que o espaço dos parabéns, significa que estamos perdendo muitas pessoas queridas... Marcos Paulo e seu sorriso encantador, marcante, nos deixou ainda jovem. Como outras pessoas igualmente novas e encantadoras, foi derrotado pelo câncer. Mas é assim mesmo a vida - os bons morrem jovens. Enquanto os maus ficam por aqui a nos atormentar com suas mentes perigosas e suas atitudes criminosas. Lamento muito pela sua partida precoce. E, a todos que passam por essa situação de doença na família, que possam se reconfortar, acreditar que Deus faz sempre o melhor para todos nós. Mesmo que para isso Ele nos leve tão cedo pessoas que amamos. Rest in peace, Marcos Paulo.
Marcos Paulo Simões
* 01. 03. 1951
* 11. 11. 1912
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
My Way
And now the end is near
And so I face the final curtain
My friend, I'll say it clear
I'll state my case of which I'm certain
E agora o fim está próximo
E portanto encaro o desafio final
Meu amigo, direi claramente
Irei expor o meu caso do qual estou certo
I've lived a life that's full
I traveled each and every highway
And more, much more than this
I did it my way
Eu tenho vivido uma vida completa
Viajei por cada e todas as rodovias
E mais, muito mais que isso
Eu o fiz do meu jeito
Regrets, I've had a few
But then again, too few to mention
I did what I had to do
And saw it through without exemption
Arrependimentos, eu tive alguns
Mas aí, novamente, pouquíssimos para mencionar
Eu fiz o que eu devia ter feito
E passei por tudo consciente, sem exceção
I've planned each charted course
Each careful step along the byway
And more, much more than this
I did it my way
Eu planejei cada caminho do mapa
Cada passo, cuidadosamente, no correr do atalho
E mais, muito mais que isso
Cada passo, cuidadosamente, no correr do atalho
E mais, muito mais que isso
Eu o fiz do meu jeito
Yes there were times, I'm sure you knew
When I bit off more than I could chew
But through it all when there was doubt
I ate it up and spit it out
Sim, em certos momentos, tenho certeza que tu sabias
Que eu mordia mais do que eu podia mastigar
Todavia fora tudo apenas quando restavam dúvidas
Eu engolia e cuspia fora
I faced it all and I stood tall
And did it my way
And did it my way
Eu enfrentei a tudo e de pé firme continuei
E fiz tudo do meu jeito
E fiz tudo do meu jeito
I've loved, I've laughed and cried
I've had my fill, my share of losing
And now as tears subside
I find it all so amusing
Eu já amei, ri e chorei
Cometi minhas falhas, tive a minha parte nas derrotas
E agora conforme as lágrimas escorrem
Eu acho tudo tão divertido
To think I did all that
And may I say, not in a shy way
Oh no, oh no, not me
I did it my way
E pensar que eu fiz tudo isto
E devo dizer, sem muita timidez
Ah não, ah não, não eu
Eu fiz tudo do meu jeito
For what is a man, what has he got?
If not himself, than he has naugth
To say the things he truly feels
And not the words of one who kneelsFor what is a man, what has he got?
If not himself, than he has naugth
To say the things he truly feels
E para que serve um homem, o que ele possui?
Senão ele mesmo, então ele não tem nada
Para dizer as coisas que ele sente de verdade
E não as palavras de alguém de joelhos
The record shows, I took the blows
And did it my way
The record shows, I took the blows
And did it my way
Os registros mostram, eu recebi as pancadas
E fiz tudo do meu jeito
http://www.youtube.com/watch?v=ybS1VejWqKY
domingo, 4 de novembro de 2012
November Rain
Benditos os que conseguem se
deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que
não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios,
não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem. Se
é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da
patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo
ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição.
Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto? A vida não é um
questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são
suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que
mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um
imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa. Ser feliz
por nada talvez seja isso.
Texto de Martha Medeiros
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
terça-feira, 30 de outubro de 2012
domingo, 28 de outubro de 2012
Apenas garotas
Malala Yousafzai, paquistanesa de 14 anos, baleada pelos
fanáticos talebãs por lutar pelo direito à educação. Tenho medo dos fanáticos
religiosos em qualquer parte do planeta.
Caroline Lee, paulistana, 15 anos. Assassinada por jovens dementes simplesmente porque ela não quis entregar sua mochila durante um assalto. Tenho muito medo da demência e da crueldade dos seres humanos.
E assim vamos vivendo... Rezando, pedindo a Deus para guardar nossos filhos e salvá-los dos monstros à solta!
sábado, 27 de outubro de 2012
Naquele Dia...
Todos ficamos em estado de choque. Não era possível acreditar que aquele garoto sonhador terminara sua jornada na terra. Daquele jeito, em questão de segundos. Choramos a dor da sua partida, sofremos e nos compadecemos com o desespero de sua mãe. Hoje, dez anos depois, ainda custa-nos acreditar que ele não está mais entre nós. Em sua vida curta, tivemos o privilégio de compartilharmos bons momentos. O menino doce, tímido, tão educado, simples. O rapaz que foi em busca do seu projeto de vida, batalhando em outro país, longe da sua família, alcançou seu objetivo - tornou-se piloto. Caprichosamente, o destino fez com que sua maior paixão - a aviação, fosse a causa da sua morte precoce. Em um acidente com raríssimas chances de acontecer, um monomotor colidiu com a cauda do avião que ele pilotava naquela manhã de 27 de outubro. Era o dia da sua formatura. Seus pais estavam em Danbury, Estados Unidos, quando tudo aconteceu. E nós, daqui, não pudemos abraçá-los, confortá-los. As tragédias familiares acontecem diariamente. Nunca imaginamos que poderia acontecer conosco. Por isso eu acho que temos de viver em estado de graça, em paz. Amar àqueles que Deus colocou em nossas vidas, porque para tudo há um motivo. O meu filho Matheus era afilhado dele. Mas o Matheus tem vagas lembranças do seu primo-padrinho. Quando esteve no Brasil pela última vez, ele foi à nossa casa, almoçou conosco. Abraçamos-nos e despedimo-nos sem saber que não haveria outras despedidas. Fica a imagem do bom menino. Hoje, bateu aquela saudade...
Jamerson Rafael Coimbra
* 20.09.1978
* 27.10.2002
terça-feira, 23 de outubro de 2012
sábado, 20 de outubro de 2012
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Professor
Naquela hora em que você fala mil vezes para ficarem quietos e não fazerem gracinha. Bem, a gente tenta...
Você pede para uma colega tirar a foto. Afinal, as professoras da turma desejam estar ao lado dos alunos. E vamos tentando...
Aquele momento em que, na décima foto, você desanima e fala: pessoal, como quiserem. Aí sai isso... É demais! Ha Ha Ha...
Alunos do 6º ano (faltaram duas alunas)
Estas fotos são dos meus alunos atuais. São de uma escola pública. Cada um com suas particularidades, necessidades especiais, carências, comportamentos diversos, enfim. Todos fazem parte do meu dia a dia e me ensinam muito, mas muito mesmo! Há aqueles que me emocionam, como o 'coração' de Larissa, e há aqueles de alegria contagiante e sorriso escancarado. Vejo o 'trio ternura' Tilly, Manu e Cristiele esbanjando felicidade! Tem também os distraídos, os tímidos, os bagunceiros e os comportados... Garotas e garotos em na pré-adolescência ( alguns já adolescentes). Aí, quando me perguntam por que eu não escolho as turmas dos 'pequenininhos', eu respondo: os maiores são mais independentes e os diálogos são de igual para igual. São os desafios que me motivam e esses meninos me fazem sair de casa para encontrá-los com muita satisfação e consciência de dever cumprido. Eu amo ser professora!
domingo, 14 de outubro de 2012
Fernanda Essencial
Tenho uma conexão incrível com os textos de Fernanda Young. Eu a acho sensacional. É como se ela traduzisse por escrito sentimentos que são meus. Mulher forte, ácida, verdadeira. Sempre me deparo com algumas de suas pérolas que cabem exatamente em uma situação pela qual estou passando. Dia desses, eu li:
Tenho carências insolúveis.
Sou
teimosa. Hipocondríaca.
Raivosa, quando sinto-me atacada.
Não como cebola.
Só
ando no banco da frente dos carros.
Mas não imponho a minha pessoa a ninguém.
Não imploro afeto.
Não sou indiscreta nas minhas relações.
Tenho poucos amigos,
porque acho mais inteligente ser seletivo a respeito daqueles que você escolhe
para contar os seus segredos. Então, se sou chata, não incomodo ninguém que não
queira ser incomodado. Chateio só aqueles que não me acham uma chata, por isso
me querem ao seu lado. Acho sim, que, às vezes, dou trabalho. Mas é como ter um
Rolls Royce: se você não quiser ter que pagar o preço da manutenção, mude para
um Passat.
Claro, nem tudo acima escrito é compatível comigo. Mas eu também sou cheia de manias! Todavia, como cebola e ando no banco de trás do carro. Fernanda já me socorreu várias vezes, bem... disso ela não sabe. Queria tê-la como amiga, evidentemente, isso também nunca vai acontecer. Então, num ritual de antropofagia literária, devoro seus textos. Fernanda foi a precursora das escritas com teores tônicos, deliberadamente direcionados, vocabulário rasgado. Fez discípulas, como a Tati Bernardi, que às vezes me lembra o estilo franco de Young. E que eu possa "Carpinejar' outros tantos textos dessa mulher, a meu ver, fantástica!
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
A Vida é Bela
Agradeço cada momento que passei nos últimos trinta dias. Hoje faz exatamente um mês que fui submetida a uma intervenção cirúrgica delicada. Consegui vencer mais uma batalha. Contei com a ajuda especialíssima do meu marido que nunca, em momento algum, me abandonou. "Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença". Dores e temores. O amor que cura.
Agradecer. Recomeçar. Rezar. Viver.
A vida é um sopro.
Christiane
10 de outubro de 2012
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Avenida Brasil
Suburbana é suburbana...
Baronesa é baronesa
A sutil diferença entre ser vilã e ser aprendiz de malvadeza! Tsc, tsc... Adriana Esteves ainda tem muito que treinar para um dia, talvez, chegar ao naipe de Patrícia Pilar! Vai treinando, querida. Vai treinando.
Avenida Brasil: Oi e Tchau! Lixo do horário nobre!
Só ensinou: palavras de baixo calão, vocabulário chulo, poligamia, traição, ódio, vingança, periguestismo, gente feia, cafonice, gritaria demais, argumentos de menos, músicas toscas. Baixaria dá audiência. Saudades eternas de Crodoaldo Valério!
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
A Queda
Domingo, 7 de outubro de 2012: Márcio Lacerda foi reeleito prefeito de Belo Horizonte. Por mais de 20 anos a capital mineira esteve sob a tutela do Partido dos Trabalhadores. Os belorizontinos tiveram bons prefeitos na gestão petista - Patrus Ananias, Célio de Castro, Fernando Pimentel. Bons administradores... Nem tão bons como patrões! Quando entrei para a prefeitura, a cidade estava sob o comando de Patrus que fez uma revolução na educação implantando a Escola Plural. Foi um caos. Choveram críticas, a qualidade de ensino caiu, a evasão escolar diminuiu, acabaram-se as "bombas", aluno passando sabendo ou não. Patrus criou o bolsa-família, seus sucessores implantaram o "vila-viva", um projeto de desfavelização que culminou com o fim do aglomerado da Vila São José. Os moradores receberam apartamentos e a avenida Tancredo Neves foi expandida. Mas essa grande obra foi concluída na gestão de Márcio Lacerda e ele, político execrável, auto-denominou-se o pai de todas as melhorias de Belo Horizonte. O PT de Patrus apoiou a candidatura de Márcio em 2008 em uma aliança ingênua com o famoso Senador do Estado de Ipanema, Aécio Neves. Com rixas internas no partido, o então prefeito Fernando Pimentel não deixou que Patrus saísse como candidato próprio pelo PT e, com autorização do Lula, fizeram uma coligação para elegerem Márcio. E conseguiram. Pimentel não gosta de Patrus. E Ananinas ficou a ver bananas em 2008, quando poderia, com os pés nas costas, ganhar do então desconhecido Márcio De La (M) Cerda. Perdida a eleição, o PT se deu conta de que havia entregado um dos redutos mais importantes dentre as capitais do país. E o PT sofreu um vexame histórico nestas eleições. A única chance de um petista ser eleito na região sudeste, a mais rica, é com o candidato Fernando Haddad. E eu duvido muito que os paulistanos vão dar a ele a prefeitura da maior cidade do Brasil. Os paulistanos não gostam do PT. O Brasil não gosta do PT. O mensalão desonrou o PT. E a derrota foi acachapante.
Como diria Cazuza, "Meu partido é um coração partido e as ilusões estão todas perdidas", para mim tanto faz como tanto fezes quem ganhou e eleição. Sabe por quê? Porque não existe mais oposição no Brasil. Todos continuam as obras dos seus antecessores, pois sabem que o assistencialismo é a porta de entrada para o sucesso político e também para a sua manutenção. Márcio Lacerda continua com a mesma política de Patrus, Célio de Castro e Pimentel. Ele não fez nada de novo. Apenas continuou. Teremos mais 4 anos de um governo que não olha para a classe média. É um governo voltado para os mais ricos e os mais pobres. Quem está no meio, dança. De tudo isso que aconteceu nas eleições municipais, eu só lamento muito ver um cidadão do bem e um político reto como Patrus Ananinas ter sido humilhado da forma que foi. Nem para o segundo turno ele conseguiu ir. Vitória da democracia. Pela minha cidade, hoje eu estou de luto.
domingo, 7 de outubro de 2012
Eu acho
As avós são como as orquídeas...
As orquídeas são um tipo elegante de flor, além de delicadas, graciosas, exóticas e incomuns. São consideradas umas das flores mais evoluídas do mundo.Quem tem uma avó entende a comparação. A minha é de um tipo muito raro... E eu a amo!
Minha vó Nina adora orquídeas!
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Outubro Rosa
Campanha de mobilização mundial para lembrar às mulheres a importância do exame das mamas e, assim, evitar mortes em decorrência do câncer.
Todavia, devemos nos atentar para outras formas de evitar essa doença. Além do exame de mamas, toda mulher precisa fazer periodicamente ultrassonografia, para verificar presença de miomas ou ovários policísticos, e também o exame papanicolau.
Agindo com precaução pode-se evitar vários transtornos de saúde e até mesmo uma mastectomia ou histerectomia. Miomas podem causar câncer se não forem tratados a tempo e de forma adequada.
Porém, antes de se submeter a uma cirurgia para retirada de um órgão, a mulher deve se certificar com bons profissionais, pois no caso da histerectomia (remoção do útero), não há mais chance de se gerar um filho. Muitas mulheres, principalmente no sistema único de saúde, passam por essa cirurgia até mesmo sem o seu conhecimento.
O câncer de mama atinge milhões de mulheres no mundo todos os anos. O câncer no colo do útero também não é incomum. Estejamos atentas. A medicina hoje é avançada e, no início, os tumores são mais fáceis de serem tratados.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Outubro
Agora à tardinha, da janela do meu quarto, estava observando essa vista. Achei-a tão bela e tive esperança no outubro. Pude ver um céu de infinito azul em contraste com a vegetação já bem mais bonita na recém chegada primavera. Fixei o olhar na torre Alta Vila, bem ao fundo, onde já é Nova Lima, e quis registrar esse momento. Eu tenho esperanças, muitas mesmo. Então, por favor outubro, traga-me coisas boas, energias positivas, sol e chuva, calor e suave brisa, saúde restabelecida e força para concluir esse ano de tantas adversidades! Tenho fé, vai dar tudo certo...
sábado, 29 de setembro de 2012
Assinar:
Postagens (Atom)